quinta-feira, outubro 10, 2024
DengueSaude

Pacientes estão tratando gripe como dengue, afirma sanitarista da USP – G1

19/04/2013 12h42 – Atualizado em 19/04/2013 13h28
Do G1 Ribeirão e Franca
“Febre, dor de garanta e dor de cabeça. Procurei o posto de saúde porque acho que estou com dengue.” A afirmação do garçom Luis Soares tem se tornado comum nas unidades de saúde de Ribeirão Preto (SP), depois que a cidade atingiu nível de epidemia, com 3.409 casos confirmados e outros 15,8 mil suspeitos da doença. Especialistas alertam, porém, que muitos pacientes estão tratando gripe como se fosse dengue.
O médico sanitarista Amaury Lelis Dal Fabro explica que apesar de ambos os casos serem tipos de infecção causados por vírus, a principal diferença está nos sintomas respiratórios. “Dengue começa subitamente com febre, dor de cabeça, dor nas costas, edema ou vermelhidão na pele. Dengue não dá tosse, coriza, próprios do resfriado.”
Dal Fabro afirma que a partir de maio é esperada queda gradual no número de casos de dengue porque o fim do período de chuvas e o início da estiagem e do inverno torna o clima impróprio para o mosquito Aedes Aegypit. Ao mesmo tempo, começa uma época do ano em que a circulação do vírus influenza – causador da gripe – se torna mais comum.
“Então pode acontecer que depois do quadro de dengue, a pessoa volta a ter febre. Isso precisa de um novo exame para saber se o paciente não teve outra infecção. Nós já vimos, por exemplo, casos de pacientes com pneumonia, sinusite, mas depois do quadro de dengue”, destaca o sanitarista.
Exame ineficaz
Para confirmar se o paciente está ou não com dengue, a Secretaria da Saúde utiliza o exame conhecido como NS1, que verifica a presença de uma substância liberada pelo vírus no sangue. A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Maria Luiza Santa Maria, afirma, no entanto, que o resultado desse teste nem sempre é garantido, porque é pouco sensível à dengue tipo 4 – a maioria dos casos em Ribeirão.
Por esse motivo, o NS1 está sendo realizado apenas em grupos de risco, como crianças menores de 2 anos de idade, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas. Os demais pacientes com sintomas já são tratados pelos médicos como se tivessem a dengue confirmada.
“A influenza e a dengue produzem febre muito alta e um mal estar muito grande. Então a febre já é um indicador para procurar o médico. Mesmo que eu tome um antitérmico, essa febre vai persistir e vai voltar. O paciente nunca deve deixar de comparecer à unidade e fazer o diagnóstico por ele mesmo.”

source

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com