sexta-feira, outubro 11, 2024
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Covid-19 e dengue: quais as diferenças e semelhanças? – VEJA Saúde


No início da pandemia, havia muitas dúvidas sobre como diferenciar os sintomas da Covid-19 dos de outros problemas respiratórios, como gripe, resfriado, rinite e asma. Mas o coronavírus também gera repercussões que podem ser confundidas com as de outra doença viral: a dengue. Você sabe quais são as diferenças entre elas?
Antes de mais nada, é preciso entender quais partes do organismo são preferencialmente atingidas por cada enfermidade. A infectologista Melissa Barreto Falcão, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que a Covid-19 tem predileção pelo aparelho respiratório e digestivo, enquanto a dengue compromete principalmente o sistema vascular.
Ambas possuem alguns sintomas em comum: febre, dor ao redor dos olhos, dor muscular, articular e de cabeça, enjoo e vômito. “No entanto, a dengue não costuma causar sinais respiratórios como coriza, nariz entupido ou tosse”, compara Melissa.
Além disso, a doença transmitida pelo Aedes aegypti pode gerar manchas vermelhas na pele e sangramentos de mucosas, especialmente nos casos mais graves.
Já dor torácica, falta de ar e diarreia são mais comuns em infectados pelo novo coronavírus“, afirma Melissa. Mas as diferenças e semelhanças não param por aí. Vamos a elas:
Como dissemos, as duas doenças são virais. O responsável pela Covid-19 é o famoso Sars-CoV-2. Já o da dengue integra a família dos Flavivírus, e possui quatro subtipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Quem pegou um pode ainda sofrer com o outro — aliás, as reinfecções tendem a ser mais perigosas.
A transmissão desses agentes infecciosos é bem diferente. O vírus da dengue acessa o nosso corpo através de um mosquito Aedes aegypti contaminado. Daí porque ela é considerada uma arbovirose (doença que se espalha através de grupos de insetos conhecidos como artrópodes).
O Sars-CoV-2 é transmitido por meio de saliva e secreções respiratórias que se espalham ao tossir, espirrar ou falar”, informa Melissa. É possível pegar a doença colocando a mão em superfícies contaminadas e, depois, nos olhos. Mas estudos mostram que essa forma de contágio é menos comum — e evitável com a higiene frequente das mãos.
Para escapar da dengue, é necessário controlar a proliferação do Aedes aegypti, em especial eliminando os focos de água parada. “Uma maneira individual de se proteger é aplicar o repelente, principalmente durante o dia, que é o período que o mosquito costuma picar com mais frequência”, orienta Melissa.
A prevenção do novo coronavírus, por sua vez, envolve uso de máscara, distanciamento social, limpeza das mãos com água e sabão ou álcool gel e, agora, a vacinação.
O período de incubação (tempo entre a invasão do vírus e o início dos sintomas) é parecido. Na Covid-19, são de quatro a cinco dias. Na dengue, a média é de cinco a seis.
Já o tempo necessário para esses agentes infecciosos serem eliminados pelo organismo pode variar muito. Em média, o sistema imune precisa de oito a dez dias para dar cabo da dengue e de cinco a 14 dias para afugentar o coronavírus.
Toda pessoa que pega uma dessas encrencas está sujeito a desenvolver as formas mais graves, que chegam a matar.
Mas, na dengue, essa possibilidade é maior em crianças menores de 2 anos, gestantes, idosos, hipertensos, diabéticos e portadores de doenças cardiovasculares graves. Indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), problemas hematológicos, renais e hepáticos crônicos e condições autoimunes também devem tomar cuidados adicionais.
“Além deles, podem evoluir para o estágio grave as pessoas que consumirem certos anti-inflamatórios, porque eles aumentam a probabilidade de sangramento e insuficiência renal”, explica Melissa.
No grupo de risco do coronavírus, algumas populações se repetem, como doentes crônicos, asmáticos, gestantes e pessoas acima de 60 anos. Mas, aqui, devemos incluir também fumantes e gente com obesidade. Já as crianças tendem a sofrer menos com a infecção, embora possam manifestar uma condição rara: a síndrome inflamatória multissistêmica.
“Nos dois casos, ele começa avaliando os sinais apresentados. A confirmação vem por meio de exames específicos”, conta Melissa.
Para detectar a arbovirose, é realizado um exame de sangue. Com a Covid-19, a melhor estratégia é o RT-PCR, teste feito com coleta de swab das vias aéreas que detecta o código genético do inimigo.
Não existe um medicamento antiviral específico para nenhuma das duas enfermidades — ambas são curadas pela ação do próprio sistema imunológico. Os tratamentos se baseiam em amenizar os sintomas e lidar com as suas complicações até que o corpo se livre dos vírus. Hidratação e repouso são muito bem-vindos.
Tanto para a dengue quanto para a Covid-19, remédios para febre, dor e enjoo podem ser prescritos, a critério do profissional. “Lembrando que, na dengue, é proibido o uso de antiinflamatórios como AAS, ibuprofeno e diclofenaco devido ao risco de sangramento”, alerta Melissa.
Os casos leves de infecção pelo coronavírus também são tratados com drogas para nariz entupido e tosse. “Nos pacientes moderados e graves, em que há necessidade de internação, é importante a utilização de oxigênio, anticoagulante e corticoides”, recomenda a profissional.
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