Menina morre de dengue hemorrágica; qual a diferença entre tipos da doença? – VivaBem
Uma criança de 7 anos faleceu devido à dengue hemorrágica em Brasília, dois dias após seu aniversário. A mãe, Camila, 37, alega negligência, dizendo que um médico chegou a considerar a condição da menina como mero desconforto antes de permitir que ela fosse tratada em casa.
Camila Isaac relatou ao UOL: “O médico afirmou que ela estava apenas um pouco indisposta e que a dengue poderia ser tratada em casa, com hidratação e repouso”.
Existem diferenças de sintomas entre os tipos de dengue? E como a forma mais grave da doença se manifesta?
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VivaBem compilou algumas informações e sintomas sobre as formas da infecção. Entenda abaixo.
Existem quatro sorotipos do vírus da dengue, sendo a manifestação clássica (leve) caracterizada por:
Já a forma grave, conhecida como dengue hemorrágica, mas sendo um termo cada vez menos utilizado e substituído por “dengue grave”, pode incluir:
A transmissão ocorre predominantemente pela picada do mosquito Aedes aegypti, mas casos raros envolvem transplantes de órgãos e transfusão de sangue.
A coinfecção com outros vírus transmitidos pelo Aedes aegypti, como zika e chikungunya, é possível.
“O Aedes aegypti tanto pode adquirir como transmitir mais de um vírus e, pior, ao mesmo tempo, provocando três doenças diferentes —dengue, zika, chikungunya, por exemplo”, explicou Clarissa Cerqueira Ramos, infectologista do Hospital Cárdio Pulmonar, em Salvador, à reportagem de VivaBem.
Na verdade, não é uma regra que o segundo contágio seja sempre “dengue grave”. Infecções recorrentes podem, sim, ser mais graves, mas há pacientes que podem apresentar quadros graves em uma primeira infecção, enquanto outros podem não precisar de internação em caso de reinfecção.
Ramos explica em matéria de VivaBem que o organismo, uma vez sensibilizado pela doença, numa eventual próxima vez produz mais anticorpos para combatê-la, causando, sem querer, um “ataque” a si mesmo.
O tratamento da “dengue clássica” (forma leve) pode ser feito em casa com orientação médica, geralmente envolvendo uso de antitérmicos e analgésicos, além de hidratação. Já a forma grave requer internação e cuidados médicos especializados.
“Sendo mandatório evitar o uso de anti-inflamatórios não hormonais e derivados do AAS (ácido acetilsalicílico), por aumentar o risco de hemorragias”, lembrou a infectologista Carla Kobayashi, em entrevista para reportagem de VivaBem e reforçou que no caso de dengue grave é necessário internação hospitalar.
O tratamento adequado da dengue é indicado pelo médico, sendo a automedicação desaconselhada sempre.
Em junho de 2023, a vacina Qdenga (TAK-003) da Takeda Pharma começou a ser aplicada na rede privada do Brasil, sendo a segunda vacina registrada no país contra a dengue.
Diferentemente da vacina anterior, Dengyaxia, a Qdenga pode ser administrada em pessoas nunca antes infectadas pelo vírus.
A faixa etária recomendada é de 4 a 60 anos, com um esquema de duas doses com intervalo de três meses.
O preço por dose varia entre R$ 301,27 e R$ 402,05.
A vacina utiliza vírus vivos atenuados dos quatro sorotipos do vírus da dengue e demonstrou eficácia geral de 80,2% 12 meses após a segunda dose nos estudos clínicos.
Ainda não há decisão sobre a inclusão da vacina no SUS, dependendo da avaliação da Conitec. Efeitos colaterais, como dor no local da aplicação e mal-estar, são leves a moderados e temporários, conforme aprovado pela agência sanitária europeia em 2022.
Atualmente, a melhor forma de prevenção é a eliminação de criadouros do mosquito. Sobretudo, especialmente no inverno, quando os mosquitos são menos numerosos, é crucial reforçar os cuidados com água parada para combater a propagação da doença.
*Com informações de reportagens publicadas em 26/05/2022 e em 26/06/2023.
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