PCC: advogado de André do Rap é preso por fraudes em licitações
São Paulo — O advogado Áureo Tupinambá de Oliveira Fausto Filho (foto em destaque), de 37 anos, foi preso em uma operação do Ministério Público de São Paulo (MPSP), deflagrada nesta terça-feira (16/4), contra empresas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Ele é um dos defensores de André de Oliveira Macedo, o André do Rap, conhecido líder da facção criminosa, que está foragido desde 2020 depois que o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) cassou o habeas corpus do então ministro Marco Aurélio Mello que soltou o traficante.
O MPSP investiga um grupo envolvido em um esquema que atuava para beneficiar empresas ligadas ao PCC em contratos públicos com prefeituras, câmaras municipais e com o governo do estado. A estimativa é que os contratos movimentaram R$ 200 milhões.
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Até o fim da manhã desta terça-feira, o MPSP havia cumprido 13 dos 15 mandados de prisão temporária e 42 ordens de busca e apreensão. Dois alvos seguem foragidos. Entre os presos, estão três vereadores de diferentes cidades paulistas.
Foram apreendidos R$ 600 mil em espécie, R$ 3,5 milhões em cheques e US$ 8,7 mil. Além disso, quatro armas, munições de diferentes calibres, 22 celulares e 22 computadores.
As investigações apontam que empresários sob investigação são ligados ao PCC e que a facção dá a palavra final sobre eventuais divergências entre as empresas nas licitações. As empresas, diz o MPSP, atuavam de forma recorrente para frustrar a competição nos processos de contratação de mão de obra terceirizada.
A estrutura criminosa simulava concorrência pública com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Também há indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos e diversos outros delitos – como fraudes documentais e lavagem de dinheiro.
Contratos de R$ 200 milhões
As suspeitas recaem sobre licitações em cidades como Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri, Itatiba e outras. Os contratos públicos assinados pelo grupo, de acordo com os promotores, ultrapassam R$ 200 milhões.