quarta-feira, outubro 9, 2024
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PM prende Buiú, sócio da UpBus, e caça mais dois líderes do PCC

São Paulo – Acusado de ser líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) e sócio da UpBus, Alexandre Salles Brito, o Buiú, de 43 anos, foi preso preventivamente na manhã desta terça-feira (16/4) no âmbito da Operação Fim da Linha, que investiga a lavagem de dinheiro da facção criminosa por meio de empresas de ônibus. Envolvidos no esquema, outros dois líderes estão foragidos.

Ele é um dos 19 pessoas ligadas à empresa de transporte público, que é responsável por linhas de ônibus na zona leste da capital paulista, denunciadas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) na semana passada. O grupo da UpBus é acusado de lavar R$ 20,9 milhões do PCC, obtidos com tráfico de drogas e outros crimes.

Buiú foi capturado no seu apartamento, na Vila Milton, em Guarulhos, na Grande São Paulo, às 6h10, onde estava com a sua esposa. O mandado de prisão, decretado na segunda-feira (15/4), foi cumprido por policiais militares (PMs).

Os outros mandados de prisão foram expedidos contra Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, 45, que é apontado como o chefe do esquema, e Décio Gouveia Luiz, o Décio Português. Ambos estão foragidos.


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Buiú

Com passagens por roubo, tráfico de drogas e porte ilegal de armas, Buiú faz parte da Sintonia Geral do Progresso, célula reservado a integrantes da “mais alta cúpula”, responsável pelo comércio ilegal de cocaína, a principal atividade do PCC, de acordo com a denúncia.

Em 2004, ele foi flagrado transportando uma submetralhadora, sem autorização. Já em 2012, foi preso novamente por estar com 10,5 quilos de maconha, além de um fuzil ruger .30 e munições calibre .556.

Na ocasião, Buiú ainda tentou subornar PMs da Rota para não ser detido. Ele seria condenado a 12 anos de prisão, em regime inicial fechado, pelos crimes.

O seu nome também consta na primeira grande denúncia por associação oferecida pelo MPSP, em 2013, contra 174 lideranças do PCC – lista que inclui Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, o chefão da facção.

“As provas colhidas demonstraram que Buiú tinha relação próxima com Silvio Luiz Ferreira [Cebola] e, constantemente, tratava por telefone a respeito da logística do tráfico de drogas, mencionando, inclusive, algumas reuniões, no interior da sede da UpBus”, diz a denúncia.

UpBus

A empresa de ônibus teria sido criada já com objetivo de lavar dinheiro do PCC, segundo o MPSP. O esquema envolvia desde distribuição desordenada de lucros e dividendos para diretores a movimentações financeiras feitas até em nome de loja de brinquedos.

Segundo a investigação, a UpBus foi aberta pelos sócios Ubiratan Antonio da Cunha, Marcelo Paschoal Cardoso e Luiz Carlos Calegari – todos denunciados na Operação Fim da Linha. Com cotas igualmente distribuídas, a empresa tinha capital social de R$ 1 milhão em 2014.

Levantamento da Receita Federal, no entanto, indicou que os fundadores “não dispunham de capacidade patrimonial” para justificar esse valor. Marcelo, por exemplo, teria supostamente contribuído com 53 veículos para entrar na sociedade, mas só um deles era declarado.

Menos de um ano depois, em maio de 2015, a empresa virou uma sociedade anônima de capital fechado e houve, a partir de então, o ingresso de mais de 70 acionistas – parte deles também suspeita de ostentar patrimônio sem lastro, segundo o MPSP. Com isso, o capital social saltou para mais de R$ 20 milhões.

Lavagem

O MPSP afirma que chefões do PCC estavam por trás da pulverização das ações da UpBus e da distribuição desordenada de dividendos.

Além de Cebola, Buiú e Décio Português, a promotoria mapeou nove pessoas com antecedentes criminais que compraram, pessoalmente ou por intermédio de parentes, cotas da empresa. A lista de crimes inclui homicídio, roubo e tráfico de drogas.

Atualmente, o órgão calcula que 60% das ações da UpBus estão nas mãos de um pequeno grupo ligado ao PCC.

A Operação Fim da Linha também investiga o uso da Transwolff, empresa que opera ônibus na zona sul de São Paulo, para ocultar R$ 54 milhões do PCC. Ao todo, 10 pessoas ligadas à empresa foram alvo de denúncia – três delas estão em prisão preventiva.

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