segunda-feira, outubro 7, 2024
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Jornalista descreve em livro como será o apocalipse nuclear

Desconfia-se que Irã e Israel —que se atacaram neste mês— tenham armas atômicas.

Em fevereiro, o líder russo Vladimir Putin disse que a Rússia está pronta para um confronto nuclear caso o Exército dos EUA entre na Ucrânia. A China, nova superpotência, quase dobrou seu arsenal de armas nucleares desde 2019, reportou a revista The Economist no artigo “Estados Unidos e seus aliados estão entrando em um período de incerteza nuclear”.

É com esse pano de fundo preocupante que acontece o lançamento de “Nuclear War: a Scenario” (“guerra nuclear: um cenário”, em tradução literal), da jornalista Annie Jacobsen, autora de vários livros sobre assuntos militares.

Em entrevista com Jacobsen, o cientista e podcaster Lex Fridman, do MIT, lhe pergunta: “Quantas pessoas morrerão se houver uma guerra nuclear?” “Cinco bilhões”, ela responde. Centenas de milhões nos primeiros 72 minutos. O restante, de fome, nos dez anos seguintes, durante o “inverno nuclear”, quando nuvens de detritos e fuligem resfriam o planeta.

“Nuclear War” narra, minuto a minuto, o que acontece a partir do lançamento do míssil que, por um efeito-cascata, dá início ao conflito. Para escrevê-lo, Jacobsen entrevistou cientistas, engenheiros, militares e burocratas que estão ou estiveram encarregados da defesa dos EUA.

A autora entende que seu trabalho funcionará como uma espécie de vacina para expandir a consciência da sociedade sobre o perigo. “A maior parte de nós não pensa sobre guerra nuclear diariamente. E no entanto centenas de milhares de pessoas estão permanentemente a postos para o caso de o evento acontecer.” Ela menciona, na conversa com Fridman, que funcionários das agências de segurança dos EUA liberaram o acesso a documentos secretos e quiseram falar com ela após assistirem a “Oppenheimer”, filme que conta a história da construção da primeira bomba atômica.

Se esse efeito vacina funcionar, espero assistir em breve à história do tenente-coronel Stanislav Petrov. Ele estava de plantão como responsável pelo sistema de monitoramento soviético em 26 de novembro de 1983, quando o alarme soou indicando que um míssil havia sido disparado dos EUA.

Os computadores confirmaram a informação e, nos cinco minutos seguintes, mais quatro disparos foram detectados. Tendo que tomar a decisão em minutos, ele entendeu corretamente que os EUA não atacariam com apenas cinco mísseis.

Os radares soviéticos haviam captado o reflexo solar sobre nuvens. Mas, se Petrov tivesse seguido o protocolo e transmitido a informação a seus superiores, a URSS teria retaliado ou esperaria a explosão?


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