terça-feira, outubro 8, 2024
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Já fui perseguida até por fã de BBB, mas não rendo bom material para stalker

Stalkear, v. transitivo. Ato de futricar a vida alheia, online ou não. O mesmo que “alcovitar” ou “bisbilhotar”, por vezes de forma tão destrambelhada que periga até do caso migrar para a editoria policial.

Maratonando “Bebê Rena”, da Netflix, me vi fixada pelo tema. A história da mulher que vira perseguidora implacável de um aspirante a humorista foi gatilho para situações que vivi.

Contudo, antes que alguém aqui se equivoque, considerando meu lifestyle interessante, preciso deixar claro que não forneço bom material para stalker. Enquanto pessoa que obsessiona ou é obsessionada, sempre deixei a desejar.

Fã fervorosa de absolutamente ninguém, jamais colei pôster na parede e fiz vigília em porta de hotel. Muito menos planejei manter em cativeiro algum pobre coitado ídolo do pop.

Se no bem-bom de hotéis cinco estrelas eles já costumam dar defeito, imagine trancafiados no meu muquifo. Taylor Swift regando minhas begônias. Madonna trocando a areia dos meus gatos. Eu, hein. Se não deixo nem visita apoiar copo molhado em móvel pé palito, ai do Axl Rose se tentasse arremessar uma cadeira.

Do outro lado da perturbação, enquanto pessoa stalkeável, também não prometo nada e entrego menos ainda. Quem não exibe corpão, não expõe prints ou ataca de DJ não gera engajamento. Ainda assim, veja você, atraí sociopatas estagiários.

O primeiro era stalker à moda antiga, do tipo que manda flores e insetos mortos em cartas perfumadas. Educadíssimo, foi convidado a se escafeder da minha vida e assim o fez, não sem antes pichar meu muro.

Outro era noveleiro radical. Instado pelo meu cargo de roteirista-chefe do finado “Video Show”, cercava-me em busca de capítulos perdidos de “Estúpido Cupido” e “O Cafona”. Da última vez que tive notícias, havia se convertido e estava à cata de tramas bíblicas da Record.

O caso mais recente foi durante o BBB24, quando meu inbox foi invadido por tietes da 4ª colocada Repostando meu perfil com a arroba de Choqueis e Alfineteis, fui xingada de “A maior traficante de maconha da Globo“, num flop retumbante. Meu único vício é trabalhar enchendo a cara de Coca zero.

Resumindo: falta-me ênfase para stalkear e carisma para ser stalkeada. No departamento desses acossadores emocionados e perigosos, minha ficha acaba no arquivo morto. Carimbada com um “INFUTRICÁVEL” em letras garrafais.


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