Reerguer cidades gaúchas dependerá muito das pequenas empresas
Os terríveis efeitos das inundações no Rio Grande do Sul –na manhã desta terça-feira (7), havia 90 mortes confirmadas, 132 desaparecidos e destruição generalizada de estradas, hospitais, ruas, casas etc. –vão exigir muito mais do que dinheiro. Os gaúchos necessitarão de apoio para reerguer o estado, inclusive no funcionamento do comércio e serviços.
Pequenos mercados, lojas, farmácias, lotéricas, dentre outros estabelecimentos, tiveram perdas parciais ou totais de seu estoque e danos estruturais graves. Esses microempresários terão de contar com financiamento com grande carência e, se possível, sem juros, para retomar suas atividades.
O Saque Calamidade do FGTS (Fundo de Garantia) para os afetados pelas enchentes, limitado a R$ 6.220 vai ajudar, obviamente. Mas não basta. A solidariedade de brasileiros e brasileiras de todos os estados e regiões do Brasil, além de contribuir com quem perdeu tudo, também demonstra que os gaúchos não estão sozinhos nesse período tão difícil.
Além de fazer doações –o que é fundamental nesse momento –as entidades empresariais podem ajudar os donos e empregados dos pequenos empreendimentos, não somente com recursos financeiros, mas com o conhecimento empresarial.
Isso abrange, também, os pequenos produtores de hortaliças, frutas, leite e mel, proprietários de avícolas e de indústrias de pequeno porte, sem capital de giro para fazer frente aos prejuízos provocados pela chuva.
Os clubes de futebol já estão colaborando, e serão ainda mais importantes no processo de renascimento de cidades destruídas. Eles têm todas as condições de catalisar, de estimular o empreendedorismo em pequenos municípios, essencial para que as populações tenham produtos e serviços de que necessitam.
Lembro que as cidades surgiram quando o ser humano passou a cultivar a terra, e se desenvolveram com o comércio. Foi essa atividade que fez as cidades crescerem. E será com as relações de consumo que as comunidades do interior do Rio Grande do Sul voltarão a ter uma vida mais semelhante à que tinham antes deste terrível evento climático.
As enchentes também podem impactar a inflação dos alimentos, pois o Rio Grande do Sul é grande produtor de arroz, milho, soja, carne e leite. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o governo federal poderá importar arroz e feijão para equilibrar a oferta.
Como os cientistas advertem que esses eventos devem voltar a ocorrer no Brasil, nunca é demais enfatizar que não podemos continuar destruindo o planeta, pois os dramas ambientais tendem a se multiplicar, com muita dor e sofrimento, como está ocorrendo no Rio Grande do Sul.
Minha solidariedade a todos e todas que estão enfrentando tantas perdas.
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