sexta-feira, outubro 4, 2024
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Olhando o G20 como uma janela de oportunidade para mudanças necessárias

O Brasil assumiu a presidência do G20 no final de 2023 e será palco de debates e discussões importantíssimas sobre economia, política, geopolítica, gênero, raça, juventude e mudanças climáticas. As 19 maiores economias mundiais e os blocos econômicos União Europeia e União Africana se reúnem para tratar desses temas e envolver a sociedade civil nessas discussões.

O G20 conta com vários grupos de engajamento que são compostos majoritariamente pela sociedade civil, alguns deles existem há mais de uma década para tratar de pautas específicas. Desde 2017, represento o W20 (Women 20), que reúne mulheres de diversas áreas para promover a igualdade de gênero em todos os aspectos da vida.

Para quem não conhece, esses grupos de engajamento surgem como uma forma de ampliar a participação da sociedade civil em decisões que afetam diretamente suas vidas. Esses grupos se reúnem e concentram-se em temas específicos e elaboram um documento, que chamamos de communique, que deve conter duas páginas com recomendações para os líderes do G20.

Acho importante dizer que, apesar de parecer simples, afinal, queremos um mundo mais justo e igualitário para todas nós, devemos considerar que, apesar de afetadas pelos mesmos problemas, temos vivências, culturas e ideais diferentes, o que deve ser considerado na construção desse documento.

Um fato importante é que o documento deve ser construído em modelo de consenso —somos 83 delegadas. Os territórios ou pautas de recomendação já foram definidos pela nossa presidência (W20), são elas: mulheres empreendedoras, acesso a capital e acesso a mercado; enfrentamento às violências contra mulheres; participação de mulheres e meninas em áreas de STEM (áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática); justiça climática na perspetiva de gênero e economia do cuidado (o trabalho que é feito majoritariamente por mulheres, não reconhecido, não remunerado e não compartilhado).

Os dois últimos temas são inovações e inclusões do Brasil, além de adicionarmos a perspectiva de raça e etnia em todas as recomendações. É uma vitória, pois anteriormente não contemplamos estas questões tão fundamentais.

Por meio de advocacy, nossa delegação e todas dos demais países esperamos que os líderes do G20 acatem nossas recomendações e que estas se traduzam em ações e prioridades em políticas concretas para garantir um mundo justo e sustentável para as mulheres, incluindo acesso a educação, saúde e serviços, além da redução da violência contra elas e suas filhas.

Convido vocês a acompanhar, participar e, acima de tudo, inquietarem-se comigo até que nenhuma de nós fique para trás.

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