PT repete “efeito Alckmin” para recuperar berço político de Lula em SP
São Paulo — O PT vai apostar na mesma fórmula que deu certo em nível nacional nas eleições de 2022 e anunciará um quadro do PSB, e antigo opositor de Lula, como o vice da chapa que disputará a Prefeitura de São Bernardo do Campo, berço político do presidente da República.
O partido já havia lançado o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira como pré-candidato à Prefeitura e deve anunciar, na manhã desta quarta-feira (22/5), o ex-prefeito William Dib, de 77 anos, como o vice de Luiz Fernando.
A indicação de Dib foi costurada por um antigo opositor político: o petista Luiz Marinho, atual ministro do Trabalho, que sucedeu Dib na Prefeitura de São Bernardo. O movimento foi aprovado por Lula, que já havia colocado a vitória no município como uma das prioridades do PT nestas eleições.
Prioridade do PT
Desde 2017, a cidade é comandada pelo tucano Orlando Morando, que foi apoiado pelo próprio Dib como seu sucessor em 2008, mas a quem o ex-prefeito se recusou a apoiar em 2016.
A recusa de Dib em apoiar a eleição de Morando culminou em sua expulsão do PSDB por infidelidade partidária. Ele estava filiado ao PSDB desde que havia deixado o PSB, em 2009, por divergências com os rumos da sigla pessebista.
O ex-prefeito se filiou novamente ao PSB em abril deste ano. Ao seu lado estava o vice-presidente Geraldo Alckmin, um movimento visto como simbólico pelos petistas, que buscam repetir a estratégia utilizada pela chapa Lula-Alckmin para atrair eleitores mais ao centro em São Bernardo.
“Não estou começando a fazer política. Tenho história na política, e a história é simples: tratei o PT como adversário, não como meu inimigo, e com todo o respeito. Nunca tive problema”, declarou Dib em entrevista ao Diário do Grande ABC, em abril deste ano.
Trajetória de Dib
Médico, Willian Dib começou sua carreira política em 1992, quando foi eleito vereador em São Bernardo. Em 2000, venceu as eleições municipais como o vice da chapa de Maurício Soares e assumiu como prefeito em 2003, já pelo PSB, quando Soares renunciou por motivos de saúde.
Dib foi reeleito com 76% dos votos em 2004. Em 2010, já pelo PSDB, foi eleito deputado federal. Entre 2016 e 2019, foi diretor Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), tendo sido diretor-presidente em seu último ano.