terça-feira, outubro 8, 2024
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Nunes diz que vai aderir às escolas cívico-militares na rede municipal

São Paulo – O prefeito Ricardo Nunes (MDB) confirmou que a rede municipal de ensino de São Paulo vai aderir ao Programa Escola Cívico-Militar. O projeto que autoriza a militarização de colégios estaduais e municipais foi aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na última terça-feira (21/5), em uma sessão conturbada.

Ao Metrópoles Nunes disse, neste domingo (26/5), que ainda não sabe quantas escolas serão militarizadas na cidade. No estado, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) já afirmou que pretende implementar a mudança em até 100 colégios.

Entenda como é projeto de escolas cívico-militares criado por Tarcísio

O prefeito paulistano é aliado de Tarcísio, que abraçou a pauta das escolas cívico-militares para agradar à base bolsonarista na Alesp, após o fim do programa federal implementado por Jair Bolsonaro (PL), encerrado pela gestão Lula (PT). Em dezembro de 2023, Tarcísio chegou a ir até Brasília para defender o projeto e disse que o modelo permite a criação de “futuros Bolsonaros”.

O governador deve sancionar a lei paulista que cria o programa nesta segunda-feira (27/5), em uma cerimônia no Palácio dos Bandeirantes.

Assim como Tarcísio, Nunes também tem interesse em satisfazer os bolsonaristas, já que tenta a reeleição na capital paulista neste ano. O ex-presidente confirmou apoio a ele na disputa, que também tem como pré-candidatos nomes como o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), apoiado por Lula, e Tabata Amaral (PSB), apoiada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Como funciona a Escola Cívico-Militar

O projeto de lei aprovado pelos deputados na última semana autoriza policiais militares da reserva a trabalharem como monitores nas escolas públicas do estado. Caberá a eles zelar pela organização e segurança das unidades, além de oferecer atividades extracurriculares. Para isso, os PMs receberão um salário de R$ 6 mil, valor que está acima do piso pago aos professores da rede estadual.

As escolas continuarão com a parte pedagógica vinculada à Secretaria da Educação, mas a pasta da Segurança Pública ajudará a selecionar os militares e participará da organização das atividades oferecidas por eles. Cada unidade contará com pelo menos um policial como monitor.

Para que um colégio passe pela mudança, a comunidade escolar precisará aprovar o projeto. Para isso, serão feitas consultas públicas, que terão sua data divulgada no Diário Oficial até 15 dias antes. A escola também tem que atender a outros critérios, como estar em uma região de vulnerabilidade e ter desempenho acadêmico abaixo da média do estado. Como mostrou o Metrópoles, o governo mira implementar o programa em unidades com histórico de casos de violência.

Especialistas em educação criticam o modelo e afirmam que não há estudo que demonstre que a militarização melhora a aprendizagem dos alunos.

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