terça-feira, outubro 8, 2024
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Famílias são agradáveis, necessárias e perigosas

Obviamente, nós somos criados em famílias. Sim, também somos criados em unidades maiores, como nossos bairros, estados ou o mundo. Mas até que possamos gerar embriões em tubos de ensaio não há alternativa para as mães, graças a Deus. Feliz Dia das Mães atrasado!

E as mães amam os seus filhos, sendo o amor materno essencial para criar um adulto saudável. Tenho uma amiga holandesa que teve o último de seus quatro filhos aos 40 e poucos anos e estava preocupada se os hormônios agiriam para que ela amasse o bebê com tanta paixão quanto amou os outros três. Não houve problemas. Os hormônios funcionaram.

E tanto os pais quanto as mães na faixa dos 20 ou 30 anos, como qualquer pessoa na faixa dos 20 ou 30 anos sabe, têm um desejo biológico de procriar.

É verdade que esse desejo é fortemente modificado pelas forças sociais. As preocupações malthusianas exageradas com a população, interagindo com as preocupações exageradas com o meio ambiente, convenceram muitos jovens a não ter filhos. Isso e também a pílula, a carreira profissional das mulheres e a redução da mortalidade infantil.

O número de filhos por mulher, que precisa ser de cerca de 2,1 para manter a população constante, caiu na Coreia do Sul para 0,87.

Portanto, as famílias são importantes, obviamente. Mas esse fato universal entre mamíferos e aves leva os mamíferos humanos a generalizarem excessivamente a família. Assim, a família torna-se uma metáfora universal de como conviver uns com os outros.

Um famoso discurso no Parlamento da Suécia em 1927 introduziu o termo “folkhemmet”, a casa do povo. Foi inspirado por uma aliança característica da época, de corporativistas conservadores com socialistas progressistas —daí o New Deal nos Estados Unidos—, consagrada pela água benta do socialismo cristão no evangelho social ou na doutrina social católica. A metáfora dominou a política sueca até seus desastres na década de 1990.

Ou seja, a família apoia o socialismo e a esquerda. Mas também apoia o conservadorismo e a direita. O rei é sempre visto como “o pai da nação”. Um proprietário de escravos pensa em seus escravos como filhos, pelo menos se ele for um “bom” proprietário de escravos.

O sentimento predominante é o de que Lula ou Bolsonaro, Biden ou Trump, e todo o aparato do megaestado, são nossos pais. Bons na esquerda ou na direita.

Mas uma sociedade não é uma família, e sim uma conversa entre iguais. Atenção para as suas metáforas.


Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves


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