terça-feira, outubro 8, 2024
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“Vamos repensar permanência no centro”, diz dono de bar após assaltos

São Paulo – Comerciantes na região da Santa Cecília, no centro de São Paulo, admitem que a violência e a onda de assaltos e furtos podem fazer com que eles mudem os estabelecimentos de endereço.

Caio Oliveira Baba, um dos sócios do Cantinho Bar, na Rua Frederico Abranches, afirma que está cansado de sofrer prejuízos com a ação de criminosos: “Estamos repensando a permanência na região”.

O estabelecimento foi alvo de dois assaltos e uma tentativa de invasão desde abril. O primeiro roubo foi registrado no dia 1º de abril, quando os criminosos levaram um notebook, além de utensílios de cozinha e comidas e bebidas armazenadas. No feriado de 1º de maio, câmeras de segurança registraram suspeitos tentando entrar no bar por uma das janelas do estabelecimento. Eles derrubam o toldo do local, mas não conseguem concretizar o crime.

Na última segunda-feira (27/5), bandidos voltaram a invadir o bar. Dessa vez, roubaram produtos e quebraram uma chopeira, copos e um cilindro de gás.

Segundo Caio Oliveira Baba, o prejuízo foi de aproximadamente R$ 10 mil somando as duas invasões.

Já o dono de uma peixaria na Rua Amaral Gurgel relatou ao Metrópoles que também foi alvo de furto em algumas ocasiões. Segundo o comerciante, que não quis se identificar, ele vai encerrar as atividades e ficar apenas com o serviço de delivery.

Desde o fim do ano passado, diversas casas na Santa Cecília se tornaram alvo de arrastões e ações de criminosos.

O clima de insegurança é grande e muitos proprietários preferem não comentar sobre os crimes ocorridos, que vão desde assaltos cometidos por infratores em bicicletas até criminosos armados invadindo os estabelecimentos e levando tudo dos clientes.

Ao menos três estabelecimentos alvos de bandidos receberam, no começo de dezembro de 2023, após uma onda de arrastões pelo bairro, a visita de pessoas que se apresentaram como policiais militares oferecendo serviço de segurança privada.

Também foram citados outros casos em que a ação contra a criminalidade ultrapassou a fronteira da segurança pública. Segundo testemunhas, ao menos dois ladrões de celular, em bicicletas, foram espancados por motoboys nas proximidades da Rua Frederico Abranches. No local, moradores chegaram a fazer uma inscrição na calçada. “Aqui não é lugar de ladrões! Prisão ou caixão”, dizia. A frase foi apagada alguns dias depois.


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A empresária Lilian Gonçalves, da Rede Biroska, é símbolo e uma lenda da noite paulistana. Ela construiu um pequeno império na Rua Canuto do Val, com bares como Siga La Vaca e Frango Com Tudo Dentro.

“Consegui fazer do meu quarteirão o mais seguro de São Paulo. Especificamente lá, não aconteceu nada, nenhum roubo de celular. Só na rua, eu tenho de quatro a seis seguranças armados”, diz Lilian. “Esse orgulho, eu tenho”, afirma.

Embora diga que garante a própria segurança, Lilian afirma que é preciso uma conversa entre todos os comerciantes da região central para estancar o problema. “Estamos sendo muito prejudicados, cara. Tem a Cracolândia, tem os bandidos, os ladrões. O centro está a Deus dará. ‘Ah, é simplesmente um furtinho’. A lei não nos protege em absolutamente nada”, diz. “O ladrão está autorizado a te furtar”, afirma.

Diretor institucional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Percival Maricato afirma que a segurança entrou em pauta e é fundamental uma resposta rápida das autoridades.

Segundo Maricato, já houve reuniões com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) exigindo mais eficiência no policiamento. Ele sugere, inclusive, uma espécie de 190 apenas para a região central. “Precisamos reerguer o centro de São Paulo, que é muito bonito”, afirma.

O diretor da Abrasel também toca em um ponto que é sensível para os empreendimentos, que são os impostos. “A prefeitura poderia retirar o IPTU e, o estado, o ICMS desses estabelecimentos que insistem em ficar no centro”, afirma.

Em nota, a SSP diz que “as forças de segurança estão empenhadas no combate à criminalidade em todas as regiões de São Paulo, incluindo a área central. Como resultado, de janeiro a abril, os roubos em geral apresentaram uma queda de 31,9% e os furtos em geral de 21% na área da 1ª Delegacia Seccional (Centro), em comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, 2.569 infratores foram presos/apreendidos e 84 armas de fogo foram retiradas das ruas”.

A Polícia Civil ressalta que a formalização das ocorrências, em qualquer unidade policial do Estado ou pela Delegacia Eletrônica é imprescindível para que os casos sejam investigados e os responsáveis sejam presos.

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