O que é a Temu, rival da Amazon nos EUA e autorizada a atuar no Brasil – Poder360
Empresa do grupo chinês Pinduoduo recebeu autorização da Receita Federal com o programa Remessa Conforme, que dá isenção de Imposto de Importação a itens de até US$ 50
A empresa de comércio eletrônico Temu, do grupo chinês Pinduoduo, recebeu em 15 de maio autorização da Receita Federal para operar no Brasil. Comercializará inicialmente roupas masculinas, femininas, infantis, calçados, joias, produtos para pets e acessórios. Já é possível acessar o site brasileiro da Temu. Ainda não há itens vendidos na moeda nacional (em real), mas há a opção de importar produtos dos Estados Unidos pagando em dólar.
São mais de 20 categorias de produtos disponíveis. Nos Estados Unidos, os clientes gastam cerca de US$ 30 (ou R$ 155 na cotação atual) por transação, segundo a Bloomberg.
No Brasil, a Temu operará nas regras do Remessa Conforme. O programa criado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) permite isenção do Imposto de Importação para compras abaixo de US$ 50. Acima desse valor, o tributo vai a 60%.
A isenção não incide sobre o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado pelos Estados (de 17%).
A companhia está sendo representada no Brasil pela Elementary Innovation, segundo o Diário Oficial da União. Leia a íntegra (PDF – 78kB). Os intermediários da companhia são a J&T Express (fundada na Indonésia) e a Shenzhen Anjun Logistics (China). Os Correios, a J&T e a Anjun Express estão cadastrados para fazer o transporte dos produtos.
No Brasil, a empresa será concorrente direta de empresas de e-commerce como Shopee, Shein e AliExpress, que também operam nas regras do Remessa Conforme.
A Temu apresenta um marketplace semelhante ao de Shopee e AliExpress, dos grupos Sea e Alibaba, respectivamente. A diferença é que a Temu consegue conectar os fabricantes chineses aos consumidores, enquanto a Shopee e o AliExpress conectam os vendedores aos consumidores finais.
Assim como Shopee, Shein e AliExpress, a Temu oferta produtos com valores muito abaixo que o do varejo tradicional. Um sapato para bebê, por exemplo, pode ser comprado no aplicativo por US$ 0,87 (ou R$ 4,50, na cotação atual).
A Temu pertence à Pinduoduo, que opera plataformas de comércio eletrônico desde 2015.
A empresa foi fundada por Colin Huang, ex-executivo do Google na China. Apesar da influência chinesa, a Temu foi criada oficialmente em Boston, nos Estados Unidos, em 2022.
A receita bruta do grupo cresceu 89,6% em 2023. Saiu de US$ 18 bilhões em 2022 para US$ 34,2 bilhões no ano passado.
O valor de mercado do grupo é de US$ 211,4 bilhões, segundo a Nasdaq.
A holding ultrapassou em maio o grupo Alibaba em capitalização de mercado. Com isso, o Pinduoduo se tornou a empresa de origem chinesa mais valiosa nas bolsas norte-americanas.
Leia a variação de mercado do Alibaba e da Pinduoduo nos últimos 5 anos:
A Temu alcançou 51 milhões de usuários nos Estados Unidos em 2024, segundo dados Sensor Tower divulgados pelo Wall Street Journal. A Amazon, que lidera o mercado norte-americano, registrou 67 milhões no mesmo período.
No início de 2023, a Temu ultrapassou a Shein em usuários nos Estados Unidos.
Na América Latina, a Temu já opera no Chile, na Colômbia, no México, no Peru, na República Dominicana e no Uruguai.
O e-commerce já é o 5º aplicativo mais baixado no mundo em 2024, atrás somente das redes sociais TikTok, Instagram, Facebook e Whatsapp, segundo ranking do site App Magic. A Shein fica em 13º.
A Temu tem um programa para atrair influenciadores para divulgar a marca. A estratégia ajudou bastante no crescimento da companhia, sobretudo em relação ao público mais jovem.
A empresa diz no site oficial que os criadores de conteúdo podem ganhar um crédito para compras no site. Eis os benefícios:
Para participar, os influenciadores precisam ter mais de 300 seguidores nas redes sociais. Segundo a Temu, mais de 10.000 criadores de conteúdo fazem parte do programa.
Depois de receber os produtos, os criadores de conteúdo devem seguir as recomendações de postagem estabelecidas pela plataforma.
A Temu investe em publicidade. Pagou por 5 anúncios durante o Super Bowl 58, disputado em fevereiro de 2024, sendo 3 veiculados durante o confronto e 2 depois da partida, segundo a CNN Internacional.
A transmissão do evento do futebol americano tem uma das maiores audiências dos Estados Unidos. As inserções custam aproximadamente US$ 7 milhões por apenas 30 segundos de publicidade. Equivale a US$ 230 mil por segundo.
Neste ano, o jogo registrou 123,4 milhões de espectadores na TV e nos streamings. Só perdeu para a chegada do homem à Lua, em 1969.
O anúncio da varejista usou o slogan “compre como um bilionário”. A gravação já teve 617 milhões de visualizações.
Assista ao comercial veiculado no Super Bowl (30s):
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