domingo, outubro 6, 2024
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Trump é condenado pela Justiça americana, mas absolvido nas redes bolsonaristas

Na última quinta-feira (30), aconteceu em Nova York, nos Estados Unidos, o julgamento do ex-presidente americano Donald Trump. De forma unânime, o júri considerou Trump culpado de todas as 34 acusações que pesavam contra ele. Trump estava sendo acusado de comprar o silêncio da ex-atriz pornô Storm Daniels, para que não revelasse informações sobre a relação de ambos.

O caso aconteceu no contexto das eleições presidenciais de 2016, em que Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos ao derrotar sua adversária, a candidata democrata Hillary Clinton. Contando com o voto conservador e religioso, os detalhes de uma relação extraconjugal poderiam ter influenciado no resultado das eleições.

Apesar da condenação judicial, Trump foi absolvido por apoiadores nas redes sociais, que seguiram toda a linha narrativa ditada pelo ex-presidente. Trump acusa o sistema Judiciário de ser parcial e passou a se autodenominar como preso político. Seus apoiadores reverberaram essa argumentação nas redes sociais.

Não foi apenas nos Estados Unidos que Trump conquistou defensores nas redes sociais. No Brasil, segundo monitoramento da Palver de grupos públicos de WhatsApp e Telegram, usuários ligados a grupos de direita saíram em defesa do ex-presidente americano. As mensagens falam em perseguição e tentativa de influenciar as eleições presidenciais que irão ocorrer em novembro.

Diversas mensagens ligaram a condenação de Trump à Rede Globo, acusando a emissora de patrocinar uma campanha de difamação contra o ex-presidente. Em um vídeo que circulou nos grupos, um usuário, que se identifica como pastor, afirma que a Globo teme a volta de Trump, pois este teria capacidade de cortar recursos da emissora e prejudicar os programas da GloboNews.

Muitos usuários tentaram fazer a ligação de Trump a Bolsonaro, apontando que ambos passam por situações similares, uma vez que enfrentam acusações judiciais referentes ao tempo em que estiveram na presidência. A grande maioria acredita que Trump irá reverter a decisão nas próximas instâncias, pois consideram o julgamento falho e conduzido de forma política pelo juiz Juan Merchan.

Em uma postagem em sua conta oficial nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro incentivou a comparação entre Trump a Bolsonaro. No mesmo tuíte, apontou que nos Estados Unidos não há Lei da Ficha Limpa, o que permite que alguém condenado pela Justiça possa ser eleito a cargos eletivos. O parlamentar argumenta que a ausência de tal lei é uma lição ao Brasil, pois limitaria o que chama de militância dos juízes.

Tanto nos Estados Unidos como no Brasil, o que se observa nas redes sociais é uma tentativa de descredibilizar o sistema Judiciário, a imprensa, as autoridades e a política. Essa é uma estratégia utilizada para manter a base de apoiadores inflamada e fiel, a despeito de qualquer tipo de acusação sofrida pela liderança. Observa-se, ainda, a tentativa de políticos de direita de desgastar os termos “condenado” e “criminoso” para que percam o efeito ofensivo.

Nos grupos em que se discute política, mas não há uma classificação ideológica, a notícia da condenação de Trump repercutiu seguida por análises referentes às eleições presidenciais, ficando em evidência as incertezas na disputa. Enquanto uma parte acredita que isso não afetará a popularidade do ex-presidente, alguns usuários defendem que isso pode dar energia à campanha de Biden.

Nos grupos de esquerda, imagens e vídeos em tom jocoso foram compartilhados pelos usuários. A principal mensagem trazia um print de um tuíte antigo de Eduardo Bolsonaro com os dizeres “Acontece nos EUA, acontece no Brasil”, ironizando que a condenação de Trump seria sucedida pela de Bolsonaro.


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