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globo universidade – Saiba o que são doenças tropicais – Globo

26/11/2011 07h15 – Atualizado em 21/03/2014 17h50
O Globo Universidade desta semana foi a Belém (PA) para conhecer as pesquisas que estão sendo feitas na tentativa de combater as doenças tropicais, problema que afeta não só a região, mas também outros estados brasileiros e países da América Latina, África, Ásia e Oceania. Dengue, malária, hanseníase, dentre outras, recebem tão pouca atenção tanto das agências de fomento à pesquisa quanto de laboratório farmacêuticos que foram batizadas de “doenças negligenciadas”.

“Doenças tropicais são doenças infecciosas e parasitárias que ocorrem preferencialmente, mas não exclusivamente, nos trópicos. A incidência das doenças tropicais nos países com climas tropical e subtropical é assustadoramente maior do que nos países com clima temperado”, explica o médico e chefe do Departamento de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas Virais do Instituto Evandro Chagas, Pedro Vasconcelos.

De acordo com o médico, o termo “doenças negligenciadas” foi criado para chamar a atenção dos tomadores de decisão para a necessidade de se investir mais recursos em pesquisas para desenvolver tratamentos, métodos de diagnósticos, prevenção e vacinas. O termo se refere a um conjunto de doenças que são endêmicas em populações de baixa renda, principalmente de países em desenvolvimento na África, Ásia e nas Américas. Por isso, geralmente as doenças negligenciadas coincidem com as tropicais (conhecidas como doenças tropicais negligenciadas), mas nem todas doenças tropicais são, também, negligenciadas.

Dengue, esquistossomose, filariose, doença de Chagas, doença do sono, hanseníase, hantaviroses, leishmanioses, malária, tuberculose, raiva, hepatites e febre amarela compõe o grupo das principais doenças negligenciadas do mundo e são diretamente responsáveis pela miséria nos países em que têm grande incidência, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Para a maioria dessas doenças é possível se pensar e executar a prevenção, no entanto, a maior parte delas ocorre em áreas subdesenvolvidas e pobres, com nível educacional e econômico baixos. Mas existem doenças mais ecléticas, como a dengue, que acomete todas as classes sociais e econômicas, como bem sabemos, a exemplo do nosso Brasil”, diz Vasconcelos.
Conheça algumas das doenças tropicais negligenciadas, seus sintomas, formas de prevenção e tratamentos (informações do site do Ministério da Saúde):
 
Dengue

É uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma benigna ou grave, dependendo de fatores como o vírus, se houve infecção anterior pelo vírus da dengue e se o infectado tem doenças crônicas (diabetes e asma brônquica etc.), por exemplo. São conhecidos quatro tipos de dengue:  tipo 1, 2, 3 e 4. A doença é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.

Sintomas: em geral, febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas, mas há casos em que o doente não apresenta qualquer sintoma. O aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar dengue hemorrágica. Esse é um quadro que necessita de imediata atenção médica, porque pode ser fatal.

Tratamento/Prevenção: deve-se ingerir muito líquido. Os sintomas devem ser tratados com dipirona ou paracetamol. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios, pois podem aumentar o risco de hemorragias.

A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença, como em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.
Malária

A malária é uma doença infecciosa febril aguda causada pelo parasita Plasmodium. A transmissão ocorre por meio da picada da fêmea infectada do mosquito Anopheles, que se infecta ao sugar o sangue de um doente. A malária é uma doença que se não for tratada pode evoluir rapidamente para a forma grave e, em alguns casos, pode ser letal.

Sintomas: as pessoas infectadas podem apresentar sinais e sintomas comuns a outras doenças, como dor de cabeça, dor no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios. Em geral, esses quadros são acompanhados por dor abdominal, dor nas costas, tontura, náuseas e vômitos.

Tratamento/Prevenção: considerando que ainda não existe vacina disponível contra a malária, as medidas de proteção individual são as formas mais efetivas para prevenção: uso de roupas claras, camisas com manga longa e calças compridas durante atividades de exposição elevada, uso de telas nas portas e janelas, uso de ar-condicionado, uso de mosquiteiro impregnado com inseticida e uso de repelentes à base de DEET.
Hanseníase
Doença infecciosa crônica de grande importância para a saúde pública devido à sua magnitude e ao seu alto poder incapacitante, atingindo principalmente as pessoas em faixa etária economicamente ativa e comprometendo seu desenvolvimento profissional e/ou social. A transmissão se dá entre pessoas. Uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar – MB), estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis.
O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas ppoucos adoecem, porque a maioria tem capacidade de se defender. O contato direto e prolongado com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar aumenta a chance de infecção. Assim que a pessoa doente começa o tratamento, deixa de transmitir a hanseníase, não precisando ser afastada do trabalho, nem do convívio familiar e podendo manter relações sexuais com seu parceiro ou parceira.
Sintomas: manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com perda ou alteração de sensibilidade, área de pele seca e com falta de suor; área da pele com queda de pelos, especialmente nas sobrancelhas, área da pele com perda ou ausência de sensibilidade ao calor, dor e tato, sensação de formigamento, dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés, diminuição da força dos músculos das mãos, dos pés e da face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos, úlceras de pernas e pés, caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos, febre, edemas e dor nas juntas, entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz, ressecamento nos olhos.
Tratamento/Prevenção: o tratamento específico é chamado de poliquimioterapia (PQT), porque utiliza a combinação de três medicamentos, uma associação de antibióticos. A regularidade do tratamento e o início precoce levam à cura da hanseníase mais rápida e segura. Apesar de não haver uma forma de prevenção especifica, existem medidas que podem evitar novos casos, tais como diagnóstico e tratamento precoces, exame das pessoas que residem ou residiram nos últimos cinco anos com o paciente e aplicação da vacina BCG.

Tuberculose

Doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas que também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). A transmissão é direta, de pessoa para pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo, contaminando-o. Somente 5% a 10% dos infectados pelo Bacilo de Koch adquirem a doença. Pessoas com Aids, diabetes, insuficiência renal crônica, desnutridas, idosos doentes, alcoólatras, viciados em drogas e fumantes são mais propensos a contrair a tuberculose.

Sintomas: alguns pacientes não exibem nenhum indício da doença, outros apresentam sintomas aparentemente simples que são ignorados durante bastante tempo. Na maioria dos infectados, os sinais e sintomas mais frequentementes são tosse seca contínua no início e, depois, com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue. O doente apresenta também cansaço excessivo, febre baixa (geralmente à tarde), sudorese noturna, falta de apetite, palidez, emagrecimento acentuado, rouquidão, fraqueza e prostração. Os casos graves apresentam dificuldade na respiração, eliminação de grande quantidade de sangue, colapso do pulmão e acumulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão) – se houver comprometimento dessa membrana, pode ocorrer dor torácica.

Tratamento/Prevenção: o tratamento deve ser feito por um período mínimo de seis meses, sem interrupção, diariamente. São utilizados quatro medicamentos diferentes. Quase todos os pacientes que seguem o tratamento corretamente são curados. Para prevenir a doença é necessário imunizar as crianças de até 4 anos com a vacina BCG. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, e não utilizar objetos de pessoas contaminadas.
Doença de Chagas

Doença infecciosa febril causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que se adquire por meio do contato direto com as fezes do inseto, conhecido como “barbeiro”. Os nomes da doença e do protozoário são homenagens aos cientistas brasileiros Carlos Chagas e Oswaldo Cruz.

Sintomas: os principais sintomas da fase aguda da doença são febre prolongada (por mais de 7 dias), dor de cabeça, fraqueza intensa, inchaço no rosto e nas pernas. Especialmente quando a transmissão é oral, são comuns dor de estômago, vômitos e diarreia. Devido à inflamação no coração, pode ocorrer falta de ar intensa, tosse e acúmulo de água no coração e no pulmão. No local da entrada do parasita, normalmente a picada do barbeiro, pode aparecer lesão semelhante a um furúnculo.

Tratamento/Prevenção: o tratamento é à base de benzonidazol, fornecido pelo Ministério da Saúde gratuitamente às Secretarias Estaduais de Saúde, e deve ser utilizado em pessoas que tenham a doença aguda assim que ela for identificada. O tratamento tem duração de 60 dias.
Uma das formas de prevenção da doença de Chagas é evitar que o inseto “barbeiro” forme colônias dentro das residências. Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas, podem-se usar mosquiteiros ou telas metálicas.

Recomenda-se usar medidas de proteção individual (repelentes, roupas de mangas longas etc) durante a realização de atividades noturnas (caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de mata. Para a prevenção da transmissão oral é importante seguir todas as recomendações de boas práticas de manipulação de alimentos, em especial aqueles consumidos in natura.
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