sexta-feira, outubro 4, 2024
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Calor atípico e ruas alagadas devem elevar casos de dengue em Porto Alegre – Reportagem – Matinal

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Junho deve ter temperaturas elevadas para essa época do ano, segundo a MetSul Meteorologia. Nas primeiras duas semanas do mês, o calor e o ar seco devem tomar conta, com o potencial de aumentar o número dos casos de dengue em Porto Alegre.
Conforme boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (5) pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a capital já registra 6.386 casos confirmados de dengue desde o início do ano – número maior em relação ao mesmo período de 2023, que teve 5.621 confirmações. Com o calor chegando e ruas ainda alagadas oferecendo focos de água parada para o mosquito pode se proliferar, a tendência é que os casos aumentem. 
“Já estávamos com infestação vetorial enorme, mesmo sem inundações, agora com o retorno do calor, em uma época não comum na nossa região, é um prato cheio para a proliferação do mosquito”, explica a enfermeira Raquel Rosa, que integra a Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS) de Porto Alegre.
O Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão da dengue, tende a ser mais ativo em climas quentes. Com o aumento da temperatura, o tempo de incubação do vírus dentro do mosquito diminui, acelerando o ciclo de transmissão. Em condições mais quentes, o período de incubação pode cair de 10 dias para seis ou sete, aumentando o potencial de propagação da doença.
Segundo a MetSul, as temperaturas mínimas registradas no estado já foram consideravelmente superiores, e cidades que, na terça-feira (4), registraram temperaturas em torno de 0ºC ou mais baixas, na quarta não caíram abaixo de 10ºC durante a madrugada. Na região sul de Porto Alegre, a mínima foi de 10,6ºC.
Na capital, a temperatura máxima média registrada historicamente em junho é de 20,3ºC – conforme a série de dados de 1991 a 2020. No entanto, marcas entre 25ºC e 29ºC serão comuns nas duas primeiras semanas do mês.
Com os focos de dengue em alta e o calor chegando, a previsão é que a média de pessoas apresentando sintomas aumente em cerca de 7 a 10 dias.
Conforme levantamento da SMS, os números de casos confirmados nas duas últimas semanas de maio ficaram abaixo do mesmo período em 2023. 
Entretanto, a queda se dá pela insuficiência temporária de insumos, que resultou em atrasos nos diagnósticos laboratoriais, não significando necessariamente melhora no cenário epidemiológico.
De abril a maio deste ano, os casos de dengue aumentaram em cerca de 50%, porém. Segundo o boletim de 5 de maio, contudo, os dados podem ainda não apresentar as consequências reais da enchente na cidade. “Com a chegada de parte dos insumos, muitas amostras que estavam represadas já foram analisadas, mas o processamento retroativo permanece em curso, de forma que ainda poderá haver aumento de casos confirmados, conforme a data de início de sintomas”, informa o documento.
Os impactos da enchente na cidade devem ganhar evidência somente nos levantamentos divulgados a partir do final do mês, conforme explica Raquel: “Poderemos sim ter um novo aumento, um novo pico, e as pessoas podem começar a adoecer daqui uma semana, 10 dias, e isso vai se repetir nos gráficos dentro de 20 a 30 dias.” 
Os bairros que sofreram com a enchente em Porto Alegre estão na fase de limpeza das casas, e os resíduos descartados permanecem nas calçadas até a retirada pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). 
Ao mesmo tempo, em ruas onde ainda é preciso lidar com água parada, como é o caso do Sarandi – conforme mostrou reportagem da Matinal –, o espaço ainda é dividido com os entulhos. 
Conforme orientação do município, é essencial que a população realize a limpeza dos pátios e elimine resíduos para prevenir a formação de criadouros do vetores da dengue, o que inclui, entre outras medidas, remover o lixo, cuidar das plantas e cobrir recipientes que possam acumular água da chuva.

Fale com a repórter: [email protected]
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