segunda-feira, outubro 7, 2024
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Quem pode levar a Eurocopa

Raymond McDonald é daqueles belos personagens que encontramos ao procurar histórias de torcedores de futebol. Conversei com ele na semana passada para uma reportagem sobre escoceses que estavam indo para a Alemanha assistir à Eurocopa.

Raymond encarou quase 24h de viagem de carro e balsa, gaita de fole na mala e ainda sem ingresso. Decidiu ir mesmo sabendo que a Escócia nunca passou da fase de grupos em um grande torneio. Estima-se que 200 mil escoceses do Tartan Army –como a torcida é conhecida– estão no país-sede da Euro.

Já aqui em Londres, quase não dá para saber que a Inglaterra disputa a competição. Não vi ruas enfeitadas, mas alguns pubs colocaram avisos do lado de fora dizendo que vão transmitir os jogos.

Ingleses são tão apaixonados por futebol quanto pessimistas em relação à própria seleção. Não é à toa, já que o único título no masculino foi a Copa do Mundo de 1966. Fora a decepção de ter perdido a última final da Euro nos pênaltis, para a Itália, no estádio de Wembley.

A derrota para a Islândia no último amistoso antes da estreia não ajudou. O principal instituto de pesquisas britânico perguntou aos ingleses quais as chances do país: 47% acham que a Inglaterra chega à semifinal, mas só 12% que vai ser campeã. Até o príncipe William foi ao centro de treinamento desejar boa viagem aos jogadores –quem sabe dá sorte.

A seleção de Gareth Southgate enfrenta a Sérvia domingo (16) e deve ganhar. Com Dinamarca e Eslovênia no grupo, não passar de fase seria um vexame. O ataque é de dar inveja, com nomes como Phil Foden, Saka e Harry Kane.

Outra seleção de peso é a França –para surpresa de ninguém. E, apesar de péssimos resultados recentes e da 16ª colocação no ranking da Fifa, os anfitriões estão na briga. A Alemanha melhorou desde a chegada do técnico Julian Nagelsmann e tem jovens que podem surpreender, como Musiala e Wirtz.

Correndo por fora estão Espanha, Bélgica, Portugal, com Cristiano Ronaldo aos 39 anos, e Itália –que desde que foi campeã mudou treinador e jogadores.

Uma equipe com os craques que são destaque nesta Euro seria quase uma mistura de Manchester City com Real Madrid: Mbappé (já o coloquei no novo clube), Jude Bellingham, Foden, Kevin de Bruyne, Luka Modric, Rodri, Toni Kroos.

Torneios como este também são a chance de conhecer seleções. A Geórgia, 75ª do mundo, se classificou pela primeira vez. Aviso aos narradores: o craque da equipe chama-se Khvicha Kvaratskhelia. O jogador gravou até um vídeo para a Uefa ensinando como se pronuncia (não tem nada a ver com a forma como se escreve). Se ainda assim ficar difícil, basta chamá-lo de “Kvaradona”, apelido carinhoso do atacante do Napoli.

Uma novidade nesta edição é que lances decididos pelo VAR serão explicados aos torcedores nos telões dos estádios. E só os capitães poderão se dirigir ao árbitro.

Antes mesmo de começar, já teve treta entre Mbappé e… Lionel Messi. O francês disse em entrevista que a Eurocopa é mais complicada que a Copa do Mundo. Messi rebateu, afirmando que uma competição em que a tricampeã Argentina, o pentacampeão Brasil e o bicampeão Uruguai não jogam não pode ser considerada a mais difícil.

Enquanto escrevia a coluna, vi uma apresentadora na TV botando a culpa da pouca empolgação dos ingleses no tempo frio e chuvoso. Reclamar do clima é o outro assunto favorito deles, além do futebol. O pior é que, domingo, a previsão é de céu nublado.


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