quarta-feira, outubro 9, 2024
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Saiba distinguir entre a dengue e a Covid-19 – Olhar Digital

Existem muitas dúvidas sobre como distinguir os sintomas da Covid-19 das manifestações características de outros problemas respiratórios, como gripe, resfriado, rinite ou asma. Mas, a dengue, outra doença viral muito comum no Brasil também pode ser confundida com a enfermidade pandêmica que já matou mais de 456 mil pessoas no país. Então, como diferenciá-las, evitá-las e tratá-las adequadamente?
Primeiro, é preciso entender quais partes do corpo são preferencialmente atacadas por cada uma dessas patologias. Em entrevista à Veja Saúde, a infectologista Melissa Barreto Falcão, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explicou que, enquanto a Covid-19 tem predileção pelo aparelho respiratório e digestivo, a dengue atinge principalmente o sistema vascular.
As duas apresentam sintomas em comum, como febre, dor ao redor dos olhos, dor muscular, articular e de cabeça, além de enjoo e ocorrência de vômito. No entanto, conforme esclarece a médica, “a dengue não costuma causar sinais respiratórios como coriza, nariz entupido ou tosse”.
Outra diferença é que a doença causada pelo mosquito Aedes aegypti pode provocar manchas avermelhadas sobre a pele e, algumas vezes, sangramentos de mucosas, especialmente nos casos mais graves. Já a Covid-19 não é caracterizada por esses sinais.
Por outro lado, sintomas como dor torácica, falta de ar e diarreia são comuns em pacientes infectados pelo novo coronavírus, enquanto a dengue não causa essas manifestações.
O período de incubação (tempo entre a invasão do vírus e o início dos sintomas) é semelhante: de quatro a cinco dias para a Covid-19 e, para a dengue, de cinco a seis.
Já o tempo necessário para esses agentes infecciosos serem eliminados pelo organismo pode variar muito. Em média, o sistema imune precisa de oito a dez dias para dar cabo da dengue e de cinco a 14 dias para afugentar o coronavírus.
Sabe-se que o responsável pela Covid-19 é o tão falado coronavírus Sars-CoV-2. Já o agente infeccioso da dengue integra a família dos Flavivírus, e subdivide-se em quatro tipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Aqueles que se contaminaram com qualquer um desses subtipos podem ainda sofrer com outro (e as reinfecções tendem a ser mais perigosas).
O vírus da dengue acessa o nosso corpo por meio da picada de um mosquito contaminado. Assim, ela é considerada uma arbovirose, isto é, uma doença que se espalha por grupos de insetos conhecidos como artrópodes.
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“O Sars-CoV-2 é transmitido por meio de saliva e secreções respiratórias que se espalham ao tossir, espirrar ou falar”, informa Melissa. Segundo a infectologista, é possível se contaminar colocando a mão em superfícies infectadas e, depois, no rosto, principalmente nos olhos. Porém, pesquisas recentes indicam que essa forma de contágio é menos comum — e evitável com a higiene frequente das mãos.
Para se prevenir da dengue, é preciso controlar a proliferação do mosquito, principamente eliminando os focos de água parada. “Uma maneira individual de se proteger é aplicar o repelente, principalmente durante o dia, que é o período que o mosquito costuma picar com mais frequência”, orienta a médica.
Já a Covid-19 se previne com uso correto de máscara, distanciamento social, higiene das mãos com água e sabão ou álcool gel e, obviamente, a vacinação.
No caso da dengue, a possibilidade de agravamento e morte pela doença é maior em crianças com menos de dois anos, nas gestantes, em idosos, em pessoas hipertensas, além de diabéticos e pacientes de doenças cardiovasculares graves. Outros grupos que devem tomar mais cuidado são os indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), quem tem problemas hematológicos, renais e hepáticos crônicos e aqueles que vivem sob condições autoimunes.
De acordo com Melissa, além desses, “podem evoluir para o estágio grave as pessoas que consumirem certos anti-inflamatórios, porque eles aumentam a probabilidade de sangramento e insuficiência renal”.
Já em relação ao novo coronavírus, alguns desses grupos se repetem, como doentes crônicos, asmáticos, gestantes e pessoas acima de 60 anos. No entanto, também estão inclusos os fumantes e pessoas com obesidade. As crianças tendem a sofrer menos com a infecção, apesar do risco de manifestarem uma condição rara: a síndrome inflamatória multissistêmica.
Para detectar a dengue, a pessoa com suspeita realiza um exame de sangue. Com a Covid-19, a melhor estratégia é se submeter ao RT-PCR, exame feito com coleta de swab das vias aéreas.
Quanto ao tratamento, não existe um medicamento antiviral específico para nenhuma das duas doenças. Ambas são curadas por ação do próprio sistema imunológico. “Os tratamentos se baseiam em amenizar os sintomas e lidar com as suas complicações até que o corpo se livre dos vírus”, explica a infectologista, destacando a necessidade de constante hidratação e repouso para os dois casos.
Em relação às terapias medicamentosas, tanto para a dengue quanto para a Covid-19, podem ser prescritos remédios para febre, dor e enjoo. “Lembrando que, na dengue, é proibido o uso de antiinflamatórios como AAS, ibuprofeno e diclofenaco, devido ao risco de sangramento”, alerta Melissa.
Os casos leves de Covid-19 também são tratados com drogas para nariz entupido e tosse. Já nos pacientes moderados e graves, em que há necessidade de internação, é importante a utilização de oxigênio, anticoagulante e corticoides.
Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.
Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.

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