Congresso legaliza aborto, mas só para homens
O Congresso Nacional aprovou nesta semana o PL que torna o aborto legal. Mas o texto possui uma restrição: a intervenção só poderá ser realizada em homens.
A ideia surgiu após a polêmica em torno do PL que proíbe a interrupção de gravidez após 22 semanas, inclusive em mulheres vítimas de estupro.
Para tranquilizar a sociedade, os relatores decidiram alterar o texto e liberar o aborto em qualquer tempo da gestação, mas apenas para pessoas do sexo masculino.
Como cidadãos com o cromossomo XY não são capazes de engravidar, o novo PL autoriza que, para eles, o aborto seja autorizado após o parto. Agora os homens poderão renunciar à paternidade, ou seja, abandonar seus filhos como sempre fizeram, mas dentro das quatro linhas da Constituição.
“É uma grande vitória para a sociedade. Agora milhões de homens vão poder decidir se querem ou não ser pais, quando desejarem”, comemora o deputado Jairo Largos Filho, idealizador do PL.
Para os apoiadores, o texto representa um avanço, pois o aborto masculino poderá ser realizado em qualquer idade. “Eu mesmo fiz um aborto de um filho de cinco anos e não me arrependo. Agora poderei fazer outros, mas com o respaldo da lei, pois não precisarei pagar pensão”, celebra Largos Filho.
Após a aprovação do PL, relatores já articulam o programa “Aborto para Todos”. Um dos autores do projeto, Dedé Vepensão, deixa claro: “Não é todas ou todes, como os esquerdistas falam. Inclui apenas o sexo masculino”.
Questionado se o texto não seria machista, já que privilegia exclusivamente homens, o deputado Beto Paique Some retruca: “Somos homens, mas somos filhos de mulheres e temos amantes mulheres. Mais feminista do que eu?”.
A medida exclui meninas vítimas de estupro, que permanecem proibidas de abortar. O relator do PL, Proença Fado, justifica: “Aborto durante a gestação é pecado, porque é um milagre. E os fetos são filhos de Deus, não meus”.
Indagado se pretende realizar um aborto, o deputado é categórico: “Eu mesmo estou com uma gestação de 10 anos e decidi que vou abortar. Nem ouvi o coração da criança ainda, então tenho minha consciência tranquila. A mãe que lute”.
Para os integrantes da classe alta que estão preocupados com possíveis gestações indesejadas, Largos Filho tranquiliza: “O aborto continua legalizado para mulheres ricas e para nossas amantes, que podem interromper a gravidez no conforto de uma clínica particular. Como sempre”.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.