sexta-feira, setembro 20, 2024
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Por que alguns são melhores nos clubes do que na seleção?

Nesta semana, a manchete de uma reportagem me chamou a atenção: “Por que os jogadores da Inglaterra são tão melhores em seus clubes do que o que estamos vendo na Euro 2024?”. A pergunta me lembrou um questionamento parecido que está sendo feito sobre alguns jogadores da seleção brasileira.

Essa reportagem, do respeitado site The Athletic, atribuía como um dos motivos o fato de alguns atletas fazerem, na seleção inglesa, função diferente da que estão acostumados nos clubes. Depois do empate do Brasil com a Costa Rica na estreia da Copa América, Vinicius Junior falou que isso também acontece com ele.

Há outros fatores que podem justificar a pergunta feita pelo The Athletic, nas duas seleções. Para o torcedor inglês, a cada vez que um torneio começa, é lugar-comum lembrar o histórico das eliminações em sequência da seleção de seu país, já que o único título no masculino foi a Copa do Mundo de 1966. A equipe já começa uma competição assombrada pelo fantasma de um troféu que nunca vem. Já com o Brasil, a crítica é pelos pentacampeões mundiais não serem mais a primeira força nem da América do Sul, estando claramente atrás pelo menos da Argentina.

A Inglaterra teve décadas de campanhas decepcionantes em Mundiais e Eurocopas. Mas, desde que Gareth Southgate assumiu, há quase oito anos, chegou às semifinais da Copa de 2018 e à final da Euro em 2021. Tem hoje um timaço com atletas que conquistaram títulos importantes em seus clubes, como Phil Foden, John Stones e Kyle Walker, do Manchester City; Jude Bellingham –melhor jogador de LaLiga na temporada–, do Real Madrid, e Harry Kane, vencedor da Chuteira de Ouro –prêmio para o artilheiro entre as principais ligas da Europa– com o Bayern de Munique. O que pode dar errado?

Mas a campanha na Euro até o momento decepciona. No grupo mais fácil do torneio, fez um 1 a 0 magro sobre a Sérvia, empatou por 1 a 1 com a Dinamarca e por 0 a 0 com a Eslovênia –número 57 do ranking da Fifa. Disputa as oitavas de final contra a Eslováquia no domingo (30), sob um imenso questionamento de por que jogadores individualmente tão talentosos não produzem a mesma performance na seleção.

Parte da crítica vai para Southgate. Cada vez mais gente acha seu tempo no cargo já expirou faz tempo. Ou será que é por que os jogadores estariam cansados depois de uma temporada europeia intensa? De quem é a culpa? São muitas as teorias, sem uma resposta definitiva.

Estou nos Estados Unidos cobrindo a Copa América e vejo como os jogadores do Brasil não fogem dessa cobrança e assumem a responsabilidade. Rodrygo me disse que o sonho dele é conquistar títulos pela seleção e ser tão bem-sucedido quanto é no Real Madrid. E vários reconhecem que a ligação com o torcedor se perdeu e dizem que querem mudar esse cenário.

Enquanto o Brasil ainda disputa a fase de grupos da Copa América, a Inglaterra entra no mata-mata da Euro sob desconfiança. O ex-jogador da seleção e hoje comentarista de TV Gary Lineker afirmou que a atuação inglesa contra a Dinamarca foi uma m*. Kane rebateu, dizendo que ex-jogadores precisam ter responsabilidade quando expressam opiniões porque também fizeram parte da seca de títulos.

Kane não deveria levar para o lado pessoal. Se uma seleção jogar mal, será criticada. Se for bem, será elogiada. O jogador, então, terá o direito de responder, claro. Com palavras, ou, principalmente, em campo.


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