domingo, outubro 6, 2024
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Não existe amor para Mbappé na Euro (ainda)

Antes de iniciar esta coluna, este humilde escriba precisa dividir com o querido leitor e a querida leitora que está passando as últimas semanas na França, em Boulogne-Billancourt, praticamente em Paris, praticamente. E é difícil incluir as palavras humilde e Paris no mesmo parágrafo, mas é preciso manter a ternura.

Difícil mesmo é acompanhar a Copa América daqui, com muitos dos duelos acontecendo por volta das 3h, no horário francês. Só consegui ver os lances da eliminação do Brasil, com direito a pênalti de Militão, no dia seguinte. C’est la vie.

Já a Eurocopa domina os programas esportivos mais do que a Olimpíada, que começa em duas semanas. Ainda mais porque a França continua na disputa, mas não tem rendido elogios dos coleguinhas franceses —segundo minha querida mulher, que domina o idioma; só entendo as bufadas.

Neste espírito esportivo, este escriba não tão humilde foi a um pub para ver o duelo França x Portugal, valendo vaga na semifinal. Apenas dois sujeitos cantando a belíssima “Marselhesa” antes do apito inicial —eu cantaria, se soubesse.

Mas fiquei curioso com a relação da torcida com os atacantes franceses. Ninguém parecia feliz com Kolo Muani, o que é absolutamente normal, mas reclamaram além da conta do astro Mbappé. Ok, ele está fazendo uma Euro abaixo do padrão, mas, ainda assim, é difícil pensar em um título francês sem passar pelo talento do camisa 10.

No pub, pediam a entrada de Dembélé e até (pasmem) de Giroud (o Pedro Raul que deu certo). Dembélé entrou, e o time melhorou. Depois, Muani saiu, para alegria da turma do bar. Mas o que realmente surpreendeu foi uma certa torcida quando Mbappé deixou o jogo, já na prorrogação. Teve até vaias quando a câmera focou o camisa 10 sentadinho no banco. Não existe amor para Mbappé, mas por quê?

Poderia ser um certo cansaço do torcedor em relação ao astro que posava de dono do PSG (e às vezes da seleção), que escolhia quem deveria chegar, quem deveria sair e recebia até visita do presidente. É uma irritação parecida com a que temos em relação a Neymar —ainda que Mbappé entregue muito mais.

Depois imaginei se as declarações políticas de Mbappé tiveram alguma relação com as vaias —o atacante aproveitou uma coletiva para pedir a participação dos franceses nas urnas contra o avanço da extrema direita, que ameaçava tomar conta do Legislativo no país.

Deu certo, por outras razões além de Mbappé. Os extremistas tiveram um desempenho abaixo do esperado no domingo (7). E a França avança, capengando, mas avança. Na Euro também.

Este mesmo jogo também deve ter marcado a despedida de Cris Ronaldo das grandes competições. O português voltou à titularidade com o novo técnico Roberto Martínez —o homem que levou a geração belga para lugar nenhum.

Cris se despediu da Euro sem nenhum gol no ataque, mas com um ataque de choro. Voltará para o mundo árabe e continuará na lista dos mais ricos da Forbes, numa incessante disputa com Neymar. Nada de errado.

Já Messi, depois de um longo inverno com a camisa da seleção argentina, vive um verão sem fim. Tudo dá certo, até quando erra cavadinha —o Messi que não ganhava nada com a Argentina nunca faria cavadinha, agora pode tudo.

Se dependesse da bola jogada até aqui, Espanha e Colômbia seriam os campeões continentais. Mas como bola é o que menos se joga na decisão, qualquer um pode ser campeão —adoraria ver o Canadá vencendo a Copa América.

Round 38, atualização

A notícia parece velha, mas precisamos manter nossa contagem. Desde a última coluna, o míster António Oliveira foi degolado pelo Corinthians. Assim, 12 professores sobrevivem desde o round 1, que apresenta empate: Brasileiros 6×6 Estrangeiros.


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