domingo, outubro 6, 2024
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O equilíbrio químico que falta na economia

Estou assistindo a um curso de palestras sobre química do ensino médio. O que uma economista e historiadora idosa desejaria em tal curso, especialmente considerando que há 65 anos ela já o fez?

Bem, recentemente percebi que minha provedora de TV a cabo tem uma grande coleção de produtos da Teaching Company. A empresa grava há décadas palestras de bons professores sobre todo tipo de assunto.

Há muito tempo, eu costumava comprar seus DVDs pelo correio (lembra dos DVDs?) e assistia aos cursos enquanto me exercitava na esteira. Mais uma vez, fiquei louca assistindo a eles —um curso sobre história da Mesopotâmia, um curso de engenharia básica. Então, por que não química elementar, considerando que esqueci quase toda a minha química? Química orgânica é a próxima!

O que me impressiona profundamente é que minha própria ciência, a economia, desde a década de 1940 tomou a direção errada, em comparação com ciências como química, meteorologia, engenharia ou até mesmo história. Todos esses assuntos fazem medições.

Nem tudo na química tem números do mundo real. Acabei de terminar a unidade do curso sobre o Princípio de Le Chatelier. Como o excelente professor Frank Cardulla, da Virgínia, explicou cuidadosamente, ao contrário da maioria das ideias químicas, o Princípio é qualitativo, não quantitativo. Ele diz que um sistema em equilíbrio resistirá a mudanças e tentará retornar ao seu equilíbrio anterior. Ótimo. Mas não diz como, ou quanto. O grande Paul Samuelson destacou o Princípio de Le Chatelier em seu livro imensamente influente de 1947, “Fundamentos da Análise Econômica”. Ele e seu cunhado, outro ganhador do Nobel, Kenneth Arrow, lançaram a economia em busca de teoremas qualitativos.

Afinal foi uma ideia muito ruim, acabando com minha amada economia. Combinada com o enganoso critério “quantitativo” dos chamados “testes de significância estatística”, ela deixa a economia sem medidas. Os historiadores econômicos medem. Mas outros economistas não. Um economista hoje em dia se sente à vontade para declarar que “se houver um excedente, não importa quanto, o governo perfeito, não importa quão perfeito, deve intervir”.

Volte ao modo da química. A equação de estado de um gás ideal, uma equação quantitativa, é igual, termo por termo, ao grande princípio de que a inflação é, em todo lugar e sempre, um fenômeno monetário.

E quanto.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves


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