domingo, outubro 6, 2024
Noticias

Desinformação dispara nas redes após atentado contra Donald Trump nos EUA

Na tarde de sábado (13), o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump sofreu uma tentativa de assassinato durante um comício para apoiadores em Butler, na Pensilvânia. Nos grupos públicos do WhatsApp as menções a Trump aumentaram em quase dez vezes ainda no mesmo dia.

Logo após os tiros, ainda com sangue em seu rosto, o ex-presidente levanta seu braço direito com punho cerrado em meio à proteção do Serviço Secreto americano e repete a palavra “lutem”, incendiando o público presente.

Quase imediatamente as redes sociais começaram a fervilhar com imagens e vídeos do ocorrido. Contas do X ligadas à direita brasileira e americana reforçaram o heroísmo e a força de Trump, muitas das postagens afirmando que a eleição está decidida a favor do ex-presidente.

Nas contas ligadas à esquerda, as mensagens eram de muito ceticismo, principalmente em decorrência da sequência de fatos, da ausência de informações disponíveis no momento e das fotos “perfeitas” que foram tiradas e enaltecem esse heroísmo de Trump.

Em uma das fotos que mais circulou nas redes e também nos portais de notícias, Trump aparece com sangue no rosto, o braço esticado ao alto em sinal de luta e a bandeira americana balançando ao fundo.

Nos grupos de WhatsApp analisados pela Palver, os grupos mais ligados à esquerda compartilharam materiais afirmando que a direita usa esse tipo de situação como estratégia política. Uma das imagens trazia notícias comparando Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, Donald Trump e apontando que Pablo Marçal seria o próximo a simular um “atentado fake”.

Com a velocidade na comunicação proporcionada pelas redes sociais, fatos como esse se espalham rapidamente.

A apuração de informações, contudo, não segue a mesma velocidade. Isso cria uma lacuna entre a alta demanda por novas informações e as informações disponíveis nos veículos de imprensa tradicionais.

É nessa lacuna em que se abre espaço para o compartilhamento de informações falsas e teorias da conspiração. Quando ainda não havia nenhuma informação oficial sobre o atirador, influenciadores e apoiadores de Jair Bolsonaro já divulgavam que o atentado teria sido cometido por um apoiador de Biden.

Em sua conta oficial no X, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) escreveu “a esquerda é e sempre foi assassina”. Além disso, gravou um vídeo que repercutiu no WhatsApp mostrando uma foto e afirmando que o atirador seria uma pessoa que foi identificada no X como Mark Violets, descrito como “esquerdista e antifa”.

Na gravação de seu vídeo, o parlamentar afirma que as informações foram disponibilizadas por jornais, sem citar o nome de nenhum veículo. Essa informação falsa foi amplamente divulgada pelos portais e grupos de WhatsApp de direita. O FBI informou na manhã de domingo (14) que o nome do atirador era Thomas Matthew Crooks.

Uma postagem do deputado federal André Janones (Avante-MG) no X também repercutiu amplamente no WhatsApp. Sem provas, ele fez um tuíte sugerindo que o atentado a Trump era uma armação.

O parlamentar escreveu: “Pelo menos dessa vez lembraram de providenciar o ‘sangue'”. Em alguns grupos do WhatsApp o tuíte foi divulgado em tom jocoso, enquanto que nos canais mais ligados à direita a repercussão foi bastante negativa.

De maneira geral, o atentado ao ex-presidente dominou completamente a discussão nas redes sociais e tende a reverberar com muita força nas próximas semanas conforme novas informações oficiais vão sendo divulgadas.

Enquanto isso, o papel das agências de checagem se mostra ainda mais fundamental nesses momentos, visto que a ausência de informações oficiais tendem a ser preenchidas com teorias conspiratórias e desinformação.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.


source

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com