Datena avança com marqueteiro e sabatina, mas mantém ceticismo no PSDB
São Paulo — Dono de um histórico de quatro desistências após apresentar-se pré-candidato em eleições para prefeito e senador, o apresentador José Luiz Datena (PSDB) ainda é tido como dúvida entre tucanos paulistas e o partido ainda se mostra reticente em investir financeiramente na campanha, que começa a se estruturar.
Datena teve uma reunião nessa segunda-feira (15/7) com o publicitário Felipe Soutello, intermediada pelo presidente do diretório municipal do PSDB, José Aníbal, em meio a preparações para participar de sua primeira sabatina como pré-candidato, que deve ocorrer nesta terça-feira (16/7).
Mas integrantes do partido, tanto na esfera local quanto na nacional, ainda mantém receio de que o jornalista e apresentador possa desistir da campanha na hora H. O pré-candidato ainda não participou de atos públicos nem foi para a rua, como os adversários.
Entre os tucanos que decidiram segurar qualquer contratação na pré-campanha há a lembrança da eleição de 2018, em que Datena ensaiou concorrer ao Senado pelo DEM (atual União Brasil), mas desistiu da disputa quando o partido já havia feito contratos como os de marqueteiro e advogado. Segundo tucanos, a fatura ficou para o DEM.
O PSDB tem sua convenção partidária que definirá a chapa que disputará a Prefeitura de São Paulo marcada apenas para o dia 3 de agosto, perto do prazo limite (5/8). Até lá, Datena pode recuar da candidatura e voltar à TV sem nenhum ônus. Após essa data, se for oficializado, o PSDB terá acesso ao fundo partidário.
Escalado para a reunião com o apresentador nessa segunda, o publicitário Felipe Soutello tem no currículo a vitoriosa campanha à reeleição do ex-prefeito Bruno Covas, em 2020. Dois anos antes, ele fez a do ex-governador Márcio França (PSB), atual ministro do Empreendedorismo, e dois anos depois, em 2022, a campanha presidencial de Simone Tebet (MDB), hoje ministra do Planejamento.
Soutello é conhecido por empacotar candidatos de centro e a ideia do PSDB é justamente apresentar Datena como um nome alternativo à polarização política, uma vez que a eleição na capital deve ter como pano de fundo a disputa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apoia o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
A última pesquisa eleitoral da capital, Genial/Quaest, divulgada no fim de junho trouxe Datena na cola de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSol), que lideram a disputa em empate técnico.
O atual prefeito teve 22% no levantamento e o deputado do PSol, 21%. Datena estava logo atrás, com 17%. Até o começo do ano, especulava-se que ele poderia concorrer como vice da deputada federal Tabata Amaral (PSB), que no levantamento terminou obtendo apenas a quinta colocação, com 6%, atrás também do influencer Pablo Marçal (PRTB), com 10%.
Dúvidas persistem
Na semana passada, Datena já faltou a uma sabatina em que havia confirmado presença, n rádio Nova Brasil FM. Agora, a assessoria do PSDB afirma que ele irá nesta terça-feira (16/7) à sabatina organizada pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo portal UOL.
No lançamento de sua pré-candidatura pelo PSDB, em um hotel do centro da capital, Datena disse que, desta vez, irá até o fim com o projeto eleitoral. Contudo, depois disso, submergiu. Seu perfil no Instagram, por exemplo, não é atualizado desde que a pesquisa Quaest saiu, no último dia 27/6.