segunda-feira, outubro 7, 2024
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Aristide Maillol e a mulher

Aristide Maillol se deixou inspirar continuamente pela mulher para esculpir e expor os seus nus. Paris fez para a obra dele um lugar especial no Jardin des Tuileries. Perdi a conta do número de vezes que fui olhar as 19 estátuas que ali estão, graças à iniciativa de André Malraux, ministro da cultura do general De Gaule.

Salta aos olhos a sensualidade e a graça do corpo feminino. O espectador gira extasiado à volta das estátuas porque enxerga o que ele nunca viu. A escultura de Maillol não é, como era antes dele, a tradução de um ou outro pensamento —histórico, literário ou mitológico— mas a pura expressão da beleza, ela prenuncia a arte abstrata.

Rodin, então considerado o maior escultor da França, afirmou em 1902, que Maillol era tão grande quanto os maiores, “um gênio”. Três anos depois, ele expôs no Salão do Outono, uma escultura monumental, O Mediterrâneo. A mulher sentada, inteiramente absorta nos seus pensamentos, que apoia o cotovelo no joelho e a cabeça na mão, arrebata quem olha. O tempo dela é o da eternidade, o do mar e da mãe. A escultura, primeiro feita em gesso e depois reproduzida em mármore, está hoje no Muséé d’Orsay.

Vale a pena ir a Paris, só para ver O Mediterrâneo e visitar o Musée d’Orsay, que abriga obras-primas da pintura e da escultura e possui a maior coleção de arte impressionista. Até porque foi em Paris que o impressionismo surgiu com o “clan dos revoltados”, os que eram recusados no salão oficial e subverteram as convenções picturais. No clan estavam, entre outros, Renoir, Degas e Cézanne.


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