segunda-feira, outubro 7, 2024
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Skate e surfe olímpicos fazem sucesso, mas podem melhorar

Novidade nos Jogos de Tóquio, skate e surfe causaram boa impressão, levaram frescor para o programa olímpico e rapidamente viraram queridinhos dos brasileiros —de quebra, garantiram quatro medalhas para o país naquela edição.

As expectativas para o sucesso dessas modalidades nos Jogos de Paris eram ainda mais altas, e até aqui elas têm sido cumpridas. O skate, com as competições de street finalizadas e as de park programadas para a semana que vem, ganhou muito com a presença do público entusiasmado na praça da Concórdia. O local foi transformado num “parque de esportes urbanos” e também recebe o ciclismo BMX, o basquete 3×3 e o breaking, estreante da vez.

Para o surfe, em andamento na Polinésia Francesa, as ondas de Teahupo’o agregam beleza e desafios que a praia japonesa de Shidashita não conseguiu entregar para os surfistas há três anos. Com a célebre foto de Gabriel Medina “voando sobre o mar”, o esporte já garantiu uma das imagens mais icônicas destes Jogos.

Apesar de todos esses trunfos, skate e surfe ainda podem evoluir na sua faceta olímpica.

No caso do skate, o ciclo para Paris era o momento ideal para aproveitar o impulso gerado pelos Jogos de Tóquio, mas acabou marcado por problemas de organização da modalidade.

Só em dezembro do ano passado a federação internacional (World Skate) confirmou quais seriam os critérios para a classificação olímpica. Na reta final, novos torneios com pontuação bem mais alta do que a que vinha valendo até então embaralharam a corrida por vagas.

O mundo do skate vai muito além dos Jogos e tem competições tradicionais de diferentes organizadores, como os X Games e a Street League. Cada uma segue os próprios formatos e critérios e também escolhe quem vai participar de suas etapas. São clubes de elite restritos a convidados.

Caberia à World Skate criar um circuito mundial mais democrático no acesso e bem organizado. Isso permitiria que as grandes estrelas se apresentassem com mais frequência, que novos nomes aparecessem e que os critérios de arbitragem ficassem mais sólidos ao longo do ciclo olímpico. Skatistas não gostam de nada que soe careta, mas todo mundo ganha com um calendário bem feito, inclusive financeiramente.

A questão é que a World Skate também cuida dos esportes de patins e é dominada politicamente pelos patinadores, o que provoca reclamações constantes dos skatistas.

Para o Brasil, as consequências são piores porque a World Skate e a CBSk (Confederação Brasileira de Skateboarding) viveram em rota de colisão nos últimos anos, assim como a CBSk e o Comitê Olímpico do Brasil, por conta de atritos políticos entre seus dirigentes.

Já no surfe, que tem um circuito bem consolidado com a WSL (liga mundial), os maiores desafios estão ligados às características intrínsecas ao esporte. É difícil integrá-lo ao dia a dia olímpico da sede dos Jogos. No Japão, as provas aconteceram a cerca de 60 km de Tóquio, uma distância até tranquila, mas as restrições da pandemia apartaram a modalidade e seus integrantes do que acontecia na capital japonesa.

Desta vez, a escolha foi aproveitar que o “paraíso do surfe”, a mais de 15.000 km de Paris, também faz parte da França. As ondas que permitiram o show de Gabriel Medina ajudam no argumento, mas a distância e o fuso horário tão diferentes inevitavelmente deixam a cara da disputa menos olímpica.

Ao que tudo indica, nas próximas edições esse não será um problema. Los Angeles (sede de 2028) e Brisbane (de 2032) ficam próximas de picos tradicionais da modalidade e devem conectar o surfe de vez aos Jogos Olímpicos.


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