domingo, outubro 6, 2024
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Santa Rita do Sapucaí, que respirou café antes da tecnologia, apresenta novidades cafeinadas

Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais, é uma cidade considerada referência no setor de tecnologia. Com institutos de educação e pesquisa e dezenas de startups, boa parte da economia da cidade gira em torno disso.

Não à toa, o município recebe o HackTown, evento de inovação e economia criativa inspirado no South by Southwest, mais conhecido como SXSW, que ocorre em Austin, no Texas (EUA).

Antes de se tornar um polo tecnológico, contudo, Santa Rita do Sapucaí era um município cuja economia dependia fortemente da cafeicultura. A região é uma grande produtora do grão até hoje, ainda que atualmente a economia local seja mais diversificada.

Atualmente, ainda é possível ver sinais dessa história espalhados pela cidade. Não apenas há muitas cafeterias —para uma cidade de apenas 40 mil habitantes—, mas também há comércios relacionados a café, como corretores e distribuidores de sacas.

Durante o HackTown 2024, a cidade se tornou ainda mais cafeinada, uma vez que vários atores do mercado de café apresentaram novidades no evento.

Veja abaixo alguns dos principais destaques cafeeiros do HackTown:

CAFÉ PARA MUDAR VIDAS DE MÃES

A especialista Estela Cotes lançou no HackTown uma iniciativa para capacitar mães em situação de vulnerabilidade para ingressar no mercado de café, seja como barista, atendente etc. A Ma.Mo.Ca terá sua primeira turma em setembro, em Curitiba. Quem quiser ajudar a iniciativa pode comprar os pacotinhos de café que estão disponíveis no site do projeto: mamoca.com.br

CAFÉ PARA MUDAR VIDAS DE JOVENS

Diego Gonzales, dono do Sofá Café e idealizador do projeto Fazedores de Café, fez uma apresentação comovente sobre os 10 anos do projeto. A iniciativa forma jovens em situação de vulnerabilidade —na maioria, oriundos do sistema prisional ou de medidas socioeducativas. Gonzales se emocionou ao lembrar quantos jovens o Fazedores inseriu no mercado ao longo desta década. Outrora restrito a São Paulo, o projeto, agora com apoio da Nestlé, vai promover cursos por cidades de todas as regiões do país.

CAFÉ PARA MUDAR VIDAS DE POVOS ORIGINÁRIOS

A jornalista Kelly Stein, do podcast Coffea, falou sobre seu novo projeto de capacitação de baristas de origem indígena. Ela aproveitou para apresentar Celesty Suruí, considerada a primeira barista indígena do Brasil. Atualmente, já há vários povos originários que cultivam café robusta na Amazônia. A ideia do projeto é que, com o curso, outras pessoas indígenas tenham mais capacidade de atuar na outra ponta da cadeia: a de serviço e consumo de café.

HUGO SILVA E THIAGO SABINO LEVAM GRÃO RARO PARA DEGUSTAÇÃO

A dupla Thiago Sabino e Hugo Silva, da Sabino Torrefação, promoveu uma degustação de três cafés com perfis completamente diferentes: um tradicional, um especial e um grão muito valorizado —o café servido pelo atual campeão mundial de cafés coados, Carlos Medina, na prova que lhe deu o título. Trata-se de um lote da variedade Sida cultivada na renomada fazenda colombiana Granja la Esperanza. A bebida, com doçura muito elevada, acidez marcante e notas muito frutadas, impressionou o público presente, sobretudo quando comparado com os cafés servidos anteriormente.

A NEUROCIÊNCIA NA SUA XÍCARA

A pesquisadora Maísa Mancini, do grupo The Coffee Sensorium, promoveu uma experiência que mostrou ao público como o cérebro tende a perceber diferentes aspectos sensoriais do café a depender de estímulos extrínsecos, como cores, formas e sons. O The Coffee Sensorium é um núcleo especializado em pesquisas de experiências multissensoriais que foi fundado pela neurocientista Fabiana Carvalho. Em um dos experimentos apresentados no HackTown, por exemplo, os participantes do workshop percebiam um café como mais ácido quando servido com cards amarelos, em comparação ao que foi servido com cartões marrons.

O jornalista viajou a convite da Nestlé.

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