segunda-feira, outubro 7, 2024
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Comissão de Ética da Presidência deve votar em breve processo contra Campos Neto

A Comissão de Ética Pública da Presidência deve pautar em breve a votação do processo que apura se o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, teria cometido conflito de interesse por manter uma empresa no exterior (“offshore”).

Como mostrou o Painel, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) cassou nesta quarta-feira (7), por unanimidade, a liminar obtida por Campos Neto para impedir o andamento do processo na comissão.

Conselheiros da comissão afirmam à coluna que quando o processo foi interrompido, em 2023, a apreciação do relator Bruno Espiñeira Lemos já estava finalizada e pronta para ser votada. Dessa forma, o entendimento é o de que não existem muitos elementos novos a incorporar ao relatório e de que o processo deve ser incluído no cronograma de apreciação e votação sem demora.

A Comissão de Ética Pública da Presidência abriu apuração sobre a denúncia em 2019, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), mas só em 2023, no governo Lula (PT), o processo voltou a correr, com a entrada de integrantes no conselho nomeados pelo petista.

A denúncia de que Campos Neto teria offshore no exterior veio a público nas investigações do Pandora Papers, arquivos vazados com dados sobre possíveis contas em paraísos fiscais.

Campos Neto, então, conseguiu uma liminar no ano passado para impedir que a comissão avançasse no caso. O presidente do BC argumentava que a instauração de procedimento disciplinar contra ele por “órgão vinculado à autoridade máxima do Poder Executivo viola frontalmente a autonomia administrativa, gerencial e organizacional conferida ao BC” por lei complementar de 2021.

A AGU (Advocacia-Geral da União), no entanto, entrou com pedido para suspender a liminar sob argumento de que a Comissão tem competência para examinar o suposto conflito de interesses e de eventual desvio ético em relação aos fatos.

Em nota, os advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Francisco Agosti, que representam o presidente do BC, afirmam que o caso “já foi examinado pelos órgãos públicos de fiscalização, inclusive pela Procuradoria-Geral da República, e que não constataram qualquer irregularidade tendo, inclusive, sido arquivada a apuração.”

Além disso, afirmam que a defesa “por mais de uma vez já demonstrou que os fatos apurados em relação ao presidente foram legais, éticos e condizentes com as normas que regem a probidade daqueles que ocupam cargo público.” “As declarações dos fundos foram feitas seguindo as regras de mercado e do governo, sempre informando às autoridades públicas, com a máxima transparência e respeito às normas”, prossegue a nota.

Na avaliação dos defensores, uma terceira apuração sobre os mesmos fatos “tem como consequência apenas gastar o tempo e aumentar o custo para o poder público, eis que se chegará à mesma conclusão das anteriores, em relação à legalidade e regularidade dos fatos re-reinvestigados.”


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