segunda-feira, outubro 7, 2024
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Norte e Nordeste avançam no mercado da música

O mercado fonográfico global continua a crescer e se transformar. Impulsionado principalmente pelo streaming, cresceu 10,2% em 2023, atingindo um valor de US$ 28,6 bilhões (nono ano de crescimento consecutivo), com receitas aumentando em todas as regiões e em quase todos os formatos (incluindo físico).

Já o Brasil cresceu acima da média mundial: 13,4%, consolidando-se como o nono mercado do mundo e com o streaming representando 87% de sua receita.

As gravadoras têm sido investidores cruciais no cenário musical, injetando bilhões de dólares anualmente em A&R (artístico e repertório) e marketing, promovendo a diversidade musical e oferecendo suporte criativo, comercial e estratégico. Essa parceria é essencial para impulsionar o sucesso dos artistas em um mercado cada vez mais competitivo. Já as distribuidoras têm compreendido lacunas que as “majors” (grandes gravadoras) deixam e estão se estruturando, sobretudo na parte tecnológica, para crescer além do esperado —principalmente nas regiões periféricas, e é sobre isso que vou tratar aqui.

O Nordeste é um dos principais polos da indústria fonográfica brasileira, a força do forró, bregadeira, arrocha e de outros ritmos regionais impulsiona o crescimento local e projetou novos artistas nordestinos para o cenário nacional e internacional. Além do mais, esses gêneros não se limitam apenas ao sucesso comercial: são representações culturais que conectam gerações e criam senso de identidade e pertencimento.

A música do Norte, por sua vez, vive nova ascensão. A riqueza cultural da região, oferece um terreno fértil para o desenvolvimento de novos talentos e sonoridades. O Festival de Parintins, ápice do boi bumbá, é uma expressão ímpar da nossa cultura, um caldeirão de ritmos, cores e paixão que atrai turistas do mundo inteiro e movimenta a economia local. Surpreende que nenhuma empresa do nosso segmento estivesse presente junto deste movimento há algum tempo. É fundamental reforçar essa identidade e incentivar uma produção mais contínua de fonogramas para que o gênero pulse por todo ano. Também é hora de descobrirmos outras cenas locais, como a do rap/trap, e outros ritmos, como o beiradão.

Ainda no Norte devemos ressaltar que a música paraense vive um bom momento com hits constantes e novas promessas. Este é um mercado mais maduro, com crescimento contínuo, o que pode ser um trunfo na missão de liderar uma transformação na percepção e visibilidade da música Nortista para todo o país.

Creio que o futuro do mercado fonográfico nacional é promissor, com Norte, Nordeste e Centro-Oeste (tema para outro debate), como protagonistas. Crescimento do streaming, valorização da cultura local e de novos talentos e a constante inovação são fatores que tendem a impulsionar esse mercado nos próximos anos. É fundamental que a indústria continue a investir em novas tecnologias, proteção de direitos e promoção da diversidade musical, garantindo um futuro vibrante e sustentável para a música. A indústria musical precisa se adaptar às mudanças e às crises financeiras que se avizinham e sempre buscar novas formas de gerar receita e conectar artistas com fãs.

TENDÊNCIAS / DEBATES

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