domingo, outubro 6, 2024
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Altino Prazeres, do PSTU, defende legalização das drogas em sabatina Folha/UOL

O candidato à Prefeitura de São Paulo Altino Prazeres (PSTU) defendeu a legalização das drogas, inclusive o crack e a cocaína, ao ser entrevistado nesta terça-feira (10) às 9h no ciclo de sabatinas promovido por Folha e UOL para tratar dos temas da cidade.

A proibição, segundo ele, é uma hipocrisia e fomenta a lucratividade do crime organizado. Prazeres afirmou, ainda, que é preciso frear as propagandas de bebidas alcoólicas.

“Defendo a legalização de todas as drogas, incluindo o crack, a cocaína, porque é uma hipocrisia a proibição. As pessoas só não usam se não tiverem dinheiro”, diz Prazeres. “A droga que mais mata em São Paulo e no Brasil é o álcool, que é legalizado e fazem grande propaganda em relação ao tema.”

O candidato disse que a legalização dos entorpecentes é uma forma de reconhecer o problema social. “As pessoas estão se drogando. E a gente precisa, primeiro, estancar a grande riqueza que o mundo do tráfico ganha com isso”, afirmou.

“Um dos setores mais contra a legalização é o mundo do crime, porque se tira a lucratividade deles”, completa o candidato do PSTU.

A mediação da entrevista foi de Fabíola Cidral, ao lado dos entrevistadores Raquel Landim, do UOL, e Fábio Haddad, editor de Cotidiano da Folha.

Altino afirmou que as polícias paulistanas têm uma política racista e “repressão, tiro, porrada e bomba” não vão funcionar porque já se mostraram ineficientes. O candidato afirmou ser a favor de câmeras nos uniformes dos agentes e a um controle da Guarda Civil Metropolitana pela população.

Ele não detalhou, no entanto, como será o controle. “Eles são servidores e deveriam prestar contas do que fizeram ou deixaram de fazer. [Defendo] O controle da Guarda Civil Metropolitana pela população e o monitoramento para que os guardas não se sintam à vontade para reprimir, mas zelar por prédios públicos e outros elementos.”

Nascido em São Luís (MA), Altino Prazeres, 57, migrou para a capital paulista na década de 1990 e é formado em matemática pela USP. É funcionário do Metrô e foi presidente do Sindicato dos Metroviários. Já concorreu a eleições em 2016 e 2022, quando tentou a Prefeitura e o Governo de São Paulo, respectivamente.

Entre suas propostas para a capital, defende a municipalização do transporte público, com um modelo semelhante ao exercido pela Companhia Municipal de Transportes Coletivos até 1995, quando foi extinta na gestão de Paulo Maluf.

Para isso, será preciso romper os contratos com as empresas de ônibus que operam o serviço em São Paulo e recebem subsídios da prefeitura. A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) repassou quase R$ 6 bilhões em subsídios às empresas em 2023.

“O transporte, hoje, custa R$ 12 bilhões e sobra um lucro de R$ 1 bilhão e, se levarem em consideração que tem uma supervalorização do serviço, teremos o suficiente para [operar o sistema] e garantir a tarifa zero”, disse Prazeres.

“Ao invés de enriquecermos um punhado de empresários, vamos enriquecer a sociedade”, afirmou. “O transporte será gratuito.”

O candidato, que se define como “socialista e comunista”, afirmou que seus temas e ideias têm pouca visibilidade em decorrência da falta de recursos, tempo e espaço na televisão e mídias digitais. Em seu ponto de vista, “apesar de as propostas serem minoritárias, são as que mais têm a ver com o desejo da população.”

Ao ser questionado sobre educação e saúde, o postulante se disse a favor do fim das parcerias com as organizações sociais —entidades privadas que geram equipamentos públicos de saúde e creches em São Paulo.

“Tem vários setores empresariais atrás dessas escolas [creches], o objetivo maior é o lucro. Sendo assim, vão colocar o menor número de funcionários, com jornada mais exaustiva possível”, diz Prazeres.

Para gerir as áreas, ele falou que pretende realizar novos concursos públicos e convocar pessoas que prestaram provas e não foram chamadas. “Ao invés de dar dinheiro para essas OSS, é possível contratar mais funcionários, inclusive estabelecer onde seriam feitos novos hospitais e unidades, e acabar com as filas [na saúde] que existem hoje.”

O candidato afirmou que, em uma possível gestão sua, pretende garantir que o cidadão tenha um novo imóvel antes de ações de reintegrações de posse.

“Podemos depois detalhar a regra mais adequada, mas um imóvel parado há cinco anos que serve apenas para especulação imobiliária pode fazer esse trabalho. E também garantir que imóveis de até R$ 300 mil não paguem IPTU.”

Além dele, outros postulantes foram convidados. Na quarta-feira (4), foi a vez de Pablo Marçal (PRTB). Tabata Amaral (PSB) foi sabatinada na quinta-feira (5), Ricardo Nunes (MDB), na sexta (6), e Guilherme Boulos (PSOL), nesta segunda (9).

Nesta quarta-feira (11) será a vez de Ricardo Senese (UP). Depois, na quinta (12), virá João Pimenta (PCO). José Luiz Datena (PSDB) fecha a semana de sabatinas na sexta-feira (13). A entrevista com Bebeto Haddad (DC) ocorrerá em 16 de setembro, e a de Marina Helena (Novo), em 18 de setembro.

Folha e UOL têm feito uma série de sabatinas com candidatos de todo o país. O ciclo de entrevistas foi iniciado em 10 de junho com os postulantes de Belo Horizonte e está sendo feito também em outras 17 cidades.

Além disso, Folha e UOL promoverão debate com os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. O encontro no primeiro turno será em 30 de setembro, às 10h. Caso haja segundo turno, haverá outro em 21 de outubro, também às 10h.

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