segunda-feira, outubro 7, 2024
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Datena diz em sabatina Folha/UOL que só usará SUS se eleito e que seu plano de governo é mutável

O apresentador e candidato à Prefeitura de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) afirmou nesta sexta-feira (13) que, se eleito, irá utilizar o SUS (Sistema Único de Saúde) para cuidar da sua própria saúde.

No entanto, o candidato demonstrou que não acredita na sua vitória e criticou o próprio plano de governo, ao ser entrevistado no ciclo de sabatinas promovido por Folha e UOL para tratar dos temas da cidade.

A mediação foi de Fabíola Cidral, ao lado dos entrevistadores Raquel Landim, do UOL, e Fábio Haddad, editor de Cotidiano da Folha.

Questionado se deverá manter a promessa de entrar na fila do SUS para fazer exames, Datena ironizou. “Se depender da Folha de S.Paulo [Datafolha] e de todas as pesquisas, não vou entrar na fila. Fica difícil falar sobre cargo de prefeito quando está em quinto lugar na eleição”, disse o apresentador. “Mas ainda há chances.”

Com popularidade pelos quase 30 anos de televisão, o tucano não tem conseguido avançar na campanha e, de acordo com o Datafolha, é apenas o tem 6% das intenções de voto.

Ao longo da entrevista, ele demonstrou pouca paciência e, na reta final, justificou que estava com dor de estômago. “Deve ter sido por causa das pesquisas”, disse. “Eu não sou covarde, enquanto o partido me apoiar, eu vou até o fim.”

Ao falar sobre suas propostas para educação, Datena afirmou que não terá condições de cumprir o seu plano de governo, documento exigido pela Justiça Eleitoral para aprovar a candidatura de prefeito.

Questionado se pretende colocar dois professores em cada sala de aula, como propõe, o tucano recuou.

“Está no plano, mas não dá para cumprir. O plano de governo foi feito às pressas, não é o melhor plano do mundo”, afirmou.

“Eu fui o último candidato a ser homologado, me apresentaram um plano de governo que, na prática, tem muitas coisas impraticáveis. Não vou prometer, como o Nunes que promete e não cumpre nem metade das metas”, prosseguiu.

Datena é jornalista, ex-radialista e apresentador do programa Brasil Urgente, na Band. Foi filiado ao PT de 1992 a 2015. Depois, passou por mais 11 partidos. Já afirmou tentar a prefeitura outras duas vezes, desistindo antes da oficialização da candidatura. Foi cotado para disputar o Senado em 2022, também deixando a corrida eleitoral.

Conhecido por suas críticas ao crime organizado na televisão, o apresentador falou não ser reacionário nem a favor da afirmação de que “bandido bom é bandido morto”. Ele voltou a defender o uso de câmeras, inclusive pelos homens da GCM (Guarda Civil Metropolitana).

“Letalidade é só para último caso, quando algum cidadão está sendo ameaçado e há uma ação policial. Ainda não tenho opinião formada de quando podem ser ligadas e desligadas. Tolerância zero apenas dentro da lei. Não aprovo operações ilegais e matança indiscriminada.”

Reconhecimento facial e espalhar câmeras pela cidade como forma de fortalecer a segurança pública são alternativas de Datena previstas no plano de governo. O candidato, no entanto, disse ser necessário o cuidado de adquirir equipamentos ou aplicativos imparciais.

“Preconceito existe até hoje, o preconceito racial não é nem mais velado, é uma pouca vergonha. Tem que acabar o racismo de quem está operando a câmera, mas a câmera vai reconhecer um criminoso, é uma máquina. Falar que ‘tem cara de bandido’ é um horror.”

Ele afirmou também ser necessário a criação de tropas da GCM que possam agir de maneira rápida após um crime.

Na abertura da entrevista, o candidato do PSDB afirmou que a prefeitura precisa fazer um controle da emissão de gases como os produzidos por carros e ônibus. São Paulo registrou, nesta semana, por cinco dias consecutivos a pior qualidade de ar do mundo, entre 120 cidades monitoradas pelo site suíço IQAir.

“Temos que melhorar o transporte coletivo, aumentar a quilometragem do metrô e a mobilidade.”

O tucano também sugeriu que, para escolher o subprefeito de cada uma das 32 subprefeituras da cidade, poderá fazer um processo eleitoral entre os moradores da região. Com isso, ele pretende romper com as indicações de vereadores para o cargo, como é de praxe atualmente.

“O subprefeito precisa ser do bairro, porque sabe os problemas daquele local. Posso fazer um plebiscito na região ou pedir para os moradores indicarem o subprefeito”, afirmou Datena, que promete afastar a política do toma-lá-dá-cá. “No meu governo não vai ter verba [para vereadores] aprovarem projetos, não vai ter cargo comissionado.”

Além dele, outros postulantes foram convidados para as sabatinas. No dia 4, foi a vez de Pablo Marçal (PRTB), no dia 5, de Tabata Amaral (PSB), no dia 6, de Ricardo Nunes (MDB) e, no dia 9, de Guilherme Boulos (PSOL).

Na terça-feira (11), foi a vez de Altino Prazeres (PSTU). João Pimenta (PCO) foi entrevistado nesta quinta-feira (12). A entrevista com Bebeto Haddad (DC) ocorrerá em 16 de setembro, e a com Marina Helena (Novo), em 18 de setembro.

Folha e UOL têm feito uma série de sabatinas com candidatos de todo o país. O ciclo de entrevistas foi iniciado em 10 de junho com os postulantes de Belo Horizonte e está sendo feito, ao todo, em 18 cidades.

Além disso, Folha e UOL promoverão debate com os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. O encontro no primeiro turno será em 30 de setembro, às 10h. Caso haja segundo turno, haverá outro em 21 de outubro, também às 10h.

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