domingo, outubro 6, 2024
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Nunes vai a religiosos, ataca Boulos por aborto e diz que Marçal é risco à humanidade

O prefeito da capital e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), atacou neste domingo (22) os adversários Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB), em agendas de campanha com lideranças religiosas.

Em referência ao psolista, Nunes disse que “a gente tem, de um lado, um candidato que defende a liberação de drogas, defende o aborto, um método agressivo de invasões [a propriedades]”.

Completou dizendo, a respeito do influenciador, que do outro lado há uma pessoa que “representa um risco à humanidade”.

As declarações foram dadas após semana de flerte com bandeiras do bolsonarismo, grupo cujos eleitores Nunes tenta sedimentar.

O prefeito dedicou sua agenda neste domingo principalmente a atividades de campanha voltadas ao eleitorado evangélico. Ao todo foram cinco compromissos em igrejas e reuniões com lideranças do campo.

Em agenda em Heliópolis, na zona sul de São Paulo, Marçal disse que vai colocar Nunes na cadeia e afirmou, sem evidências, que o prefeito é pró-aborto.

“Ele é abortista, ele é o cara que defende a linguagem neutra, ele é o cara que tem boletim de ocorrência de violência doméstica registrado contra a esposa.”

O influenciador afirmou ainda que Nunes responde a inquérito na Polícia Federal por causa de merenda. Na verdade, a PF investiga o prefeito sob suspeita de lavagem de dinheiro no caso conhecido como máfia das creches, que trata de repasses da prefeitura a entidades que gerem unidades de educação infantil.

Nunes nega qualquer irregularidade.

Já Boulos reagiu às falas do prefeito lembrando de sua vinculação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que o apoia e indicou o vice da chapa do emedebista.

“Ricardo Nunes tenta construir uma falsa imagem de moderação, mas segue demonstrando sua face bolsonarista com os mesmos métodos baseados em ataques e mentiras”, afirmou em nota o deputado do PSOL.

Boulos já defendeu a descriminalização das drogas e a legalização da maconha, mas hoje diz que sua posição não é de legalização e, sempre que questionado, afirma defender o entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) pela diferenciação entre traficante e usuário.

O deputado também se declarou no passado a favor do direito das mulheres de decidirem sobre o aborto e celebrou a aprovação de uma lei na Argentina em 2020 que aprovou o direito de a mulher ter a palavra final sobre o procedimento. Hoje, é evasivo quando indagado sobre o tema e repete que defende que o aborto ocorra só nos casos previstos na legislação brasileira.

Em dois momentos da agenda deste domingo, Nunes criticou falas de Marçal sobre personagens bíblicos e disse que, com essas afirmações, o adversário “se igualou a um falso profeta”.

“Eu sou cristão verdadeiro, vou na missa todo domingo. O Pablo derreteu porque as pessoas foram descobrindo, na verdade, o que ele é, né? Vieram à tona os vídeos dele, falando mal de Salomão, falando mal de pastores, das igrejas, muitas falas anti-cristãs. Ele mesmo experimentou do próprio veneno dele”, afirmou o prefeito.

Nunes está em empate técnico no segmento evangélico com Marçal, segundo a mais recente pesquisa Datafolha. Ele tem 32% das intenções de voto do grupo, seu melhor resultado desde o final de agosto, e o influenciador, 26%. A margem de erro nesse estrato é de seis pontos.

Para tentar manter a tendência de alta no eleitorado religioso, o emedebista montou uma roteiro turbinado com visitas a lideranças evangélicas.

Ele começou a agenda em um evento acompanhado do candidato à vereador Rodney Vicente no bairro de Casa Verde, na zona norte. Depois, seguiu para uma reunião com lideranças da Igreja Adventista, na Bela Vista, região central. No final da tarde, participou de um culto na Igreja Batista da Vila Mariana, na zona sul, e terminou o dia com um compromisso na Assembleia de Deus do Belenzinho, zona leste.

O prefeito também em templos católicos, sua religião. Almoçou na Catedral da Sé e participou de celebração na Catedral Santuário Sagrada Família, na região do Campo Limpo, zona sul.

Com a oscilação negativa entre evangélicos na pesquisa Datafolha, Marçal também resolveu agir para tentar estancar uma possível perda de votos religiosos para Nunes. O influenciador convidou pastores e líderes de igreja para uma reunião virtual pela plataforma Zoom nesta segunda-feira (23).

O formulário da reunião enviado em grupos de apoiadores do candidato pede informações como número de Whatsapp, perfil nas redes sociais e número de membros da igreja. Procurada, a assessoria de Marçal não se manifestou.

O candidato do PRTB já protagonizou embates com alguns líderes religiosos, como Silas Malafaia, que o chamou de “safado” nas manifestações de 7 de setembro deste ano. Apesar do desentendimento, Marçal disse que não vai “se levantar” contra o pastor.

Ele também vem sofrendo ataques de Bolsonaro, com quem mantém uma relação conturbada. Em 13 de setembro, o ex-presidente compartilhou em suas redes sociais um vídeo antigo em que Marçal dizia que a igreja evangélica não mata as pessoas com morte física, mas com a morte espiritual. O autodenominado ex-coach rebateu questionando se o ex-presidente estaria desesperado.

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