segunda-feira, outubro 7, 2024
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O melhor momento para se reinventar pode ser na maturidade

Uma característica que infelizmente ainda é forte dentro do mercado de trabalho é a facilidade com que as mulheres são descartadas, sejam de oportunidades de emprego ou mesmo de cargos que elas já conquistaram. E as justificativas são variadas, começando por gênero e indo até cor, etnia, maternidade e, por fim, a idade.

Todo dia a sociedade acha uma forma de nos menorizar dentro destes espaços. Para aquelas que ainda não alcançaram a compreensão do poder da maturidade, envelhecer é um pesadelo, e a sociedade contribui diretamente com este cenário.

Mesmo não sofrendo mais com a pressão para ter filhos ou manter um corpo sarado, em contrapartida, com a chegada da idade, somos colocadas às margens da sociedade. Ao chegar aos 40 ou 50 anos, também não servimos mais para ocupar as vagas de emprego. O tempo de vivência que deveria ser considerado algo positivo, um sinônimo de experiência, é considerado um problema, um empecilho para que profissionais experientes consigam oportunidades dentro das companhias.

Mas o que esse mercado não esperava é que as mulheres maduras fossem se reinventar para não serem deixadas jogadas as traças. Obviamente, não devemos ver isto como algo positivo, já que a reinvenção por este grupo surgiu de uma necessidade, resultado de um pensamento machista ainda presente entre a maioria. Por outro lado, não deixa de mostrar como nós, mulheres, somos potentes e usamos nossa inteligência para driblar as pedras que foram colocadas em nossos caminhos desde o nascimento.

Dentro desta luta, o empreendedorismo acabou se tornando uma saída, a luz do fim do túnel para mulheres que querem não só continuar trabalhando, mas desejam igualmente mostrar suas experiências e habilidades, algo que nunca foi e nunca será afetado pela idade. E para além de abrir espaço para essa parte marginalizada da população, que agora tem o poder de continuar trabalhando independentemente da idade, cor ou etnia, o empreendedorismo feminino também é uma rede de apoio, afeto, cumplicidade, irmandade feminina para tantas mulheres que se viram desempregadas pois estão ‘velhas demais’.

O que era para ser uma dor —não que ainda não o seja—, um obstáculo, acabou se tornando uma catapulta, impulsionando as mulheres para o empreendedorismo. O resultado final? Hoje, cerca de 39% das mulheres que estão à frente de pequenos negócios estão na faixa dos 46+, de acordo com a pesquisa feita pelo LAB da Rede Mulher Empreendedora. E esse é só um exemplo de muitas mulheres que se reinventaram depois dos 40, um tema inclusive que tive a oportunidade de debater ao lado de Zélia Duncan e Egnalda Córtes no Festival RME deste ano, ambas empresárias que começaram novos negócios depois dos 40 mesmo com carreiras já consolidadas em outras áreas.

Por mais que nos façam acreditar no contrário, você pode, sim, empreender ou se reinventar com 40, 50, 60 anos. Nunca é tarde para começar algo novo, abrir um negócio ou mudar de área, o que realmente importa é a nossa vontade e não as opiniões alheias. Afinal, a vontade de seguir em frente e buscar novos desafios é o que define nosso sucesso, independentemente da idade.

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