Entenda a diferença entre pó solto e pó compacto e para que servem
Recentemente, no mundinho da beleza, surgiu um debate sobre pó solto e pó compacto. Nas redes sociais, alguns defendiam o primeiro como superior, enquanto outros apoiavam o segundo, considerado mais tradicional.
Tudo isso entrou em pauta quando Bianca Andrade, blogueira e empresária dona da Boca Rosa, gravou um vídeo falando mal do pó solto e enaltecendo o pó compacto —uma possível jogada de marketing, visto que sua marca estaria prestes a lançar nova linha de maquiagem com o produto defendido por ela.
Algumas dúvidas, no entanto, surgiram. Qual a finalidade dos diferentes formatos? Tem um melhor do que o outro?
Começando com um pouco de história. O primeiro a ser criado foi o pó solto devido a sua facilidade na produção. “O pó solto foi feito por meio de várias fórmulas, incluindo algumas contendo ingredientes não tão seguros, como chumbo e arsênico”, explica o maquiador e influenciador digital Luiz Cantú. Ele afirma que o pó só ficou mais seguro por volta dos anos 1900, com a chegada do óxido de zinco.
Já o pó compacto data de 1920, a partir da necessidade de portabilidade, facilitada pelo avanço do maquinário que permitiu sua compactação.
Para que serve o pó na maquiagem
O pó é uma ferramenta para selar e fixar o produto passado na pele —cremoso, especificamente. “Quando a gente faz uma maquiagem mais artística, que trabalha muito com cremes, a gente fala: ‘faça tudo que você tiver que fazer de cremoso porque quando colocar o pó, nada vai sair do lugar’”, diz Cantú. Além disso, o pó evita que a base fique craquelada.
Ele pode ser aplicado com um pincel fofinho e grande para um acabamento mais leve, ou dando leve batidinhas com uma esponja para uma aplicação mais concentrada.
Diferenças entre pó solto e pó compacto
O maquiador esclarece que a diferença entre o pó solto e o compacto não se limita à compactação, mas envolve também ingredientes aglutinantes que mantêm o pó compacto.
Existe uma ideia de que o pó solto translúcido é mais fino e, consequentemente, deixa a pele mais natural, enquanto o pó compacto deixa a pele mais carregada e pesada. Cantú discorda desse pensamento. Para ele, ambos os tipos de pó podem ser finos ou ter cobertura.
O maquiador dá o exemplo da marca Bare Minerals que ficou famosa por produzir bases no formato de pós minerais, em uma formulação solta, mas que ainda proporciona cobertura.
Cantú destaca também que a evolução na tecnologia de maquiagem nos últimos dez anos permitiu a criação de pós, tanto soltos quanto compactos, que são muito mais finos e naturais. Ele menciona o processo de micronização dos pós, ou seja, processo que deixam eles cada vez mais finos. Marcas como a RCMA, de maquiadores profissionais, têm trabalhado para lançar produtos que não adicionam cor e não pesam na pele.
A diferença principal entre os dois produtos está na praticidade. O manejo do pó solto pode ser mais complicado. “Quando a gente pensa na utilidade das pessoas no dia a dia, em transporte público, em abrir isso na bancada de trabalho 5 minutinhos antes de começar a trabalhar, de fato é um produto que pode trazer imprevistos”, diz Cantú. São comuns casos de pós que abriram na nécessaire e sujou a bolsa inteira.
Na hora de acertar no tom do pó, o compacto possui mais variedades e pode ser mais fácil de eleger o correto.
Tendência na maquiagem
O mercado segue impulsionando tendência. Nos últimos anos, o pó solto esteve mais em alta e Cantú vê isso como uma resposta ao sucesso do baking, popularizado por maquiadores como Mario Dedivanovic, famoso por trabalhar com Kim Kardashian.
A técnica, que significa “cozinhando” em português, consiste na grande concentração de pó solto, principalmente na área das olheiras ou abaixo do contorno, após a pele estar feita para que a maquiagem dure mais.
Cantú observa que enquanto o pó solto é favorecido por profissionais e criadores de conteúdo, o pó compacto continua sendo prático para o dia a dia. Um fato é que, no momento em que o pó compacto é transferido para o pincel, ele passa a ser um pó solto.
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