domingo, outubro 6, 2024
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Donos de casas em bairros nobres alegam não receber aluguel de startup

São Paulo — Cerca de 80 donos de imóveis em bairros nobres de São Paulo entraram na Justiça para receber o dinheiro de aluguéis que alegam não terem sido repassados por uma imobiliária. A soma dos prejuízos pode chegar a R$ 1,5 milhão.

Os proprietários reclamam que, desde abril do ano passado, a startup Tabas by Blueground não transfere os valores que os inquilinos pagam para morar nos imóveis alugados, além de não quitar os condomínios, contas de consumo e as parcelas de IPTU dos apartamentos.

“É desesperador. Uma situação bem delicada tanto para o proprietário quanto para o inquilino”, afirmou a advogada Marcela Miranda, que representa 60 donos de imóveis. Segundo ela, os proprietários foram surpreendidos com atrasos nos pagamentos.

Marcela disse que há casos em que proprietários tiveram energia elétrica e fornecimento de gás cortados. “Imagina [que] o inquilino chega em casa, que paga R$ 15 mil de aluguel, e não tem gás nem luz porque a imobiliária não pagou.” Alguns deles, relata a advogada, são estrangeiros e não falam português.

Além de São Paulo, a Tabas atua no Rio de Janeiro e em Brasília. A imobiliária aluga imóveis em bairros nobres e subloca após fazer reformas e colocar mobílias. Os apartamentos anunciados no site da startup variam de R$ 3 mil a R$ 30 mil por mês.

Segundo Marcela, a justificativa da empresa é “problema de gestão”. De acordo com a advogada, alguns pagamentos só foram realizados por meio de determinação judicial.

O Metrópoles apurou que a empresa está envolvida em pelo menos 340 processos em São Paulo, abertos somente neste ano. A maioria deles trata de despejos por falta de pagamento e inadimplemento, cobranças, rescisões de contrato e devolução de dinheiro.

Procurada, a Tabas afirmou que está ciente dos casos e que “cada situação tem uma motivação específica, prevista em contrato, para suspensão dos pagamentos”. Segundo a imobiliária, em todos os casos compartilhados foram aprovados valores devidos pelos proprietários à Tabas “em razão de benfeitorias que a empresa fez em seus imóveis”.

“Atualmente, a Tabas administra mais de 2 mil imóveis, e esses casos, que representam menos de 2% da nossa base de clientes, estão sendo tratados adequadamente na justiça. Estamos comprometidos em garantir que cada situação seja tratada com a devida atenção e conforme as determinações legais”, disse a empresa, em nota.

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