domingo, outubro 6, 2024
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A emergência climática já é a nossa realidade

Vivemos um cenário de emergência que muitos ainda não se deram conta. O negacionismo foi uma estratégia implantada pela extrema direita que deu certo. O rio Madeira, que banha Porto Velho (RO), é o quarto maior rio do Brasil e oitavo do mundo, o maior e mais importante afluente do Amazonas. Pois o Madeira chegou ao inacreditável nível de 0,25 m; com tanta importância e magnitude, agora mais se parece com um deserto. Onde o rio foi parar?

Já são muitas famílias ribeirinhas e indígenas isoladas, sem acesso a água e comida, afetadas pela estiagem, que vem colocando 60% do país sob risco de queimadas, de acordo com a ministra Marina Silva. É a seca mais severa e extensa já vista no país, segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden). A emergência climática é a nossa realidade. O futuro é agora. Os cientistas e pesquisadores se mostram surpreendidos com a rapidez com que a crise vem se agravando.

No entanto, nossos representantes políticos de Rondônia negam a crise climática, como se fosse apenas fenômeno da natureza, para não terem que admitir o que já sabemos. A emergência climática é causada pela ação humana e sabemos muito bem como Rondônia vem destruindo a natureza para beneficiar o agronegócio e a mineração.

As queimadas atingiram fortemente o estado, que ficou por dias coberto por fumaça. O Parque Estadual de Guajará-mirim queimou por mais de um mês e perdeu uma área de quase 50 mil campos de futebol. A capital, Porto Velho, alcançou por mais de uma vez o indicador de pior qualidade de ar do país, com classificação considerada perigosa.

Marina Silva relatou o ataque a brigadistas na TI Sete de Setembro, dos paiter-suruís: “Recebi um pedido de socorro do povo Suruí porque eles viram que criminosos estavam ateando fogo dentro da reserva indígena, nós mandamos nossos brigadistas e eles foram recebidos a bala. Tivemos que pedir ajuda da Força Nacional de Segurança. Os brigadistas dos indígenas também já tinham sido violentamente expulsos da área deles próprios a bala”.

Ainda assim, não vimos nenhum tipo de orientação por parte dos governantes em relação à saúde da população, como o uso de máscaras ou o cuidado com a hidratação, ou qualquer tipo de educação ambiental sobre as mudanças climáticas e a necessidade de mitigação e adaptação nas cidades e de mudança no modelo de produção.

Falar da importância das terras indígenas e unidades de conservação parece então inimaginável. Essa, na verdade, é uma antipauta no estado, ignorada pela maioria dos candidatos da região.

Essa realidade não é exclusiva da política rondoniense, é de municípios, de estados e do Congresso, com a sua maior bancada ruralista. Daí a necessidade de eleger pessoas preocupadas com o clima, com a vida e com o nosso futuro. O seu candidato fala sobre esses temas? Não podemos deixar que continuem condenando nosso futuro.

Pensando nisso, a plataforma Vote pelo Clima reuniu candidaturas municipais com propostas sobre clima e meio ambiente, já cadastrou mais de mil candidaturas e 600 já estão disponíveis para os eleitores. Vote pelo clima!

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