domingo, outubro 6, 2024
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Nunes mantém trunfos, mas disputa é acirrada

Faz duas semanas que as intenções de voto dos paulistanos na corrida à prefeitura permanecem praticamente inalteradas, registra a mais recente pesquisa do Datafolha.

As diferenças de preferência entre os três principais candidatos, ao menos no primeiro turno, são relativamente pequenas. Se há algum favoritismo mais notável, a vantagem aparece na percepção de chances de vitória e nas preferências de segundo turno, que por ora beneficiam o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Ele tem 27% do eleitorado, mesma marca das duas sondagens semanais anteriores. Guilherme Boulos (PSOL) tem 25% (ante 26% e 25% antes). Pablo Marçal (PRTB), que protagonizou um episódio infame de violência em debate, ainda mostra fôlego e está com 21% (19% nas anteriores).

Como se vê, é um quadro de pequenas flutuações e de votações pouco expressivas. O líder, Nunes, tem pouco mais de um quarto das preferências.

Entretanto 41% dos entrevistados acreditam que o prefeito vai se reeleger. No caso de Boulos, a crença de vitória é de 22%, quase o mesmo percentual de seu eleitorado. Quanto a Marçal, 20%, ante 21% das intenções de voto.

Essa perspectiva algo melhor para o incumbente se verifica de modo mais claro nos resultados das simulações de um provável segundo turno. Nunes bate Boulos (52% a 36%) e Marçal (57% a 26%) por grande margem.

Além do mais, o emedebista é o menos rejeitado dos candidatos ora no pódio —21% do eleitorado não votaria nele de jeito nenhum, ante os 38% de Boulos e 48% de Marçal. Por fim, Nunes seria a segunda opção de voto para 24% paulistanos, Boulos para 16%, e Marçal, para 12%.

Embora o cenário para o prefeito seja melhor, por ora, seus eleitores não são dos mais entusiasmados. É o candidato ideal para 40% dos que declaram nele votar. Nesse quesito, o psolista marca 61%, e o ex-coach, 52%.

Agressões físicas, insultos e outros comportamentos abjetos, ainda mais escandalosos nas duas últimas semanas, não modificaram o quadro das intenções de voto. Tabata Amaral (PSB) permaneceu praticamente no mesmo patamar, marcando agora 9%. José Luiz Datena (PSDB) teve os mesmos 6% em setembro, descendo dos 14% de agosto.

Depois da adesão em massa a redes sociais e serviços de mensagem por celular, não têm sido raros os episódios em que há expressiva mudança de opinião do eleitorado à beira do dia do pleito. Dadas as intenções de voto relativamente baixas ostentadas pelos candidatos a prefeito de São Paulo e a distância pequena entre eles, pode haver surpresas.

É uma eleição disputada, embora sem inflamar o eleitorado. A campanha chamou a atenção para si quase sempre pelos motivos mais deploráveis. Faltando dez dias para o primeiro turno, é difícil esperar mais luz em tal ambiente. Que ao menos os finalistas ofereçam um espetáculo melhor na segunda rodada.

editoriais@grupofolha.com.br

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