domingo, outubro 6, 2024
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Boulos disse em mestrado que ação do MTST ajuda a combater depressão

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), que disse que foi internado na juventude por causa de depressão durante o debate Folha/UOL nesta segunda-feira (30), trabalhou como hipótese de sua dissertação de mestrado que a participação em ocupações de sem-teto ajuda as pessoas a melhorarem do transtorno.

Boulos trouxe o caso da internação à tona após Pablo Marçal (PRTB) dizer no debate que divulgaria informações relacionadas ao psolista e o Hospital do Servidor. Boulos então disse que quando tinha 19 anos ficou internado por depressão crônica.

“Quando ele citou o Hospital do Servidor, percebi o golpe dele. Fiquei quatro ou cinco dias no hospital porque enfrentei uma depressão muito dura. Fiz terapia, análise, utilizei medicamentos receitados pelos psiquiatras”, afirmou o candidato, acrescentando que vai divulgar os prontuários de internação.

Boulos defendeu a dissertação “Estudo sobre a variação de sintomas depressivos relacionada à participação coletiva em ocupações de sem-teto em São Paulo” em 2017, aos 34 anos, para obtenção do título de mestre pelo programa de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP.

No seu trabalho, ele diz que os resultados das pesquisas confirmaram as hipóteses iniciais, ou seja, que o envolvimento em ações coletivas das ocupações contribuíram para a remissão de sintomas depressivos. Na dissertação, ele não aborda sua própria experiência com a depressão.

Boulos realizou sua pesquisa junto ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, do qual foi coordenador. Ele entrou no grupo em 2002 e deixou a direção ao assumir o mandato na Câmara, em 2023, segundo sua assessoria.

Na conclusão da dissertação, o psolista aponta “fatores terapêuticos” em quatro momentos da experiência de participação em ocupações: a atuação da equipe de acolhimento no momento de chegada na ocupação, a convivência comunitária nos espaços coletivos, a responsabilidade decorrente da participação em tarefas e o “empoderamento pela participação nas mobilizações coletivas do grupo”.

Ele afirma que é possível estabelecer uma relação de índices elevados de sintomas depressivos com maior solidão e isolamento dos participantes da pesquisa. “E, inversamente, o aumento das relações sociais associa-se à diminuição de sintomas depressivos”.

“O resgate da própria potência —antítese do sentimento de impotência tão característico das depressões— talvez seja o grande efeito subjetivo de um processo de mobilização coletiva como o proporcionado pelas ocupações do movimento sem-teto”, escreve Boulos em outro trecho da dissertação.


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