domingo, outubro 6, 2024
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Importação acelerada gera alta repentina da oferta de carros elétricos no Brasil

As importações de veículos 100% elétricos no primeiro semestre somaram R$ 5,4 bilhões. O número representa um aumento de 931% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados apurados pela fintech Vixtra.

Uma das razões está na antecipação de compra feita pelas montadoras chinesas, principalmente a BYD. Com grande capacidade de produção, essas empresas se adiantaram para driblar as altas escalonadas no imposto de importação.

De acordo com a Vixtra, cerca de 90% dos elétricos importados neste período foram montados na China. Guilherme Rosenthal, cofundador da fintech, enxerga outros pontos envolvidos.

“Entendo que seja uma confluência de fatores que vão além da questão tributária, não acredito que se trate exclusivamente de antecipação para fugir das altas tarifárias. Essa possibilidade contribui, mas a maior aceitação [dos elétricos] pelo consumidor, as isenções estaduais do IPVA e a não aplicação do rodízio municipal em São Paulo são certamente relevantes.”

Para Jackson Campos, especialista em comércio exterior e diretor institucional da AGL Cargo, os veículos elétricos começam a cair no gosto do brasileiro devido às tecnologias oferecidas.

“Nada vende mais quando se fala de mercado automotivo brasileiro do que a opinião do dono combinado ao conforto e à praticidade desses veículos”, diz. ” Com a futura fabricação nacional, a tendência é que os preços caiam e os elétricos se popularizem mais, o que também irá atrair novas marcas para o país.”

O mercado, contudo, começa a ver um excesso de oferta. As lojas da BYD estão lotadas de modelos das linhas Dolphin, Seal e Yuan para pronta entrega, o que tem levado a seguidas promoções.

São ações que oferecem IPVA quitado, carregador grátis e financiamento com “taxa zero”.

Tais promoções ocorrem quando uma empresa precisa reduzir seus estoques em tempos de mercado retraído. Não é exatamente o que ocorre agora, quando os números gerais de venda apontam crescimento de 13,3% nos emplacamentos. O dado divulgado pela Fenabrave (associação dos revendedores) se refere à comercialização entre janeiro e agosto deste ano em comparação ao mesmo período de 2023.

O excesso de oferta traz uma preocupação: perda de valor na revenda. A BYD se esforça para não reduzir os preços de tabela, mas resta saber como serão as variações de valor no segmento de usados.


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