domingo, outubro 6, 2024
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“Daqui a pouco eu tô em casa”, escreveu jovem à mãe antes de naufrágio

São Paulo — Antes de morrer em um naufrágio na região conhecida como Garganta do Diabo, em São Vicente, no litoral de São Paulo, a jovem Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27 anos, telefonou e mandou mensagens à sua mãe, Cláudia Tavares.

Em entrevista à TV Tribuna, a mãe de Beatriz disse que conversou com a filha  por telefone no domingo (29/9) antes do acidente. “Ela falou: ‘Mãe, eu vou sair com uma amiga, nós vamos sair de barco e daqui a pouco eu tô em casa’”, contou Cláudia.

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Corpo de jovem desaparecida na Garganta do Diabo é encontrado

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Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27 anos, morreu em um naufrágio na Garganta do Diabo, em São Vicente

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Aline Tamara Moreira de Amorim, de 37 anos, e Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27, seguem desaparecidas

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Em seguida, de acordo com o depoimento da mãe à emissora, a filha mandou fotos dela e da amiga em um barco. Por volta de 18h20, ainda segundo Cláudia, a filha mandou uma mensagem dizendo que estava tudo bem e já estava no barco voltando para casa.

A família de Beatriz reconheceu o corpo da jovem nessa quarta-feira (3/10) no Instituto Médico Legal (IML) de Santos.

Além de Beatriz, sua amiga Aline Tamarra Moreira de Amorim, de 37 anos, está desaparecida e não foi encontrada até o momento. As buscas seguem e contam com o apoio da Estação de Bombeiros Guarda-Vidas e da Guarda Municipal de São Vicente, além da Marinha do Brasil e Polícia Militar Ambiental.

Aline Amorim publicou fotos e vídeos nas redes sociais (veja abaixo) momentos antes do acidente. As pessoas que estavam a bordo participavam de uma festa e, durante o transporte de volta à terra, o barco afundou.

Cinco pessoas foram resgatadas com vida: Vanessa Audrey da Silva, Camila Alves de Carvalho, Daniel Gonçalves Ferreira, Gabriela Santos Lima e Natan Cardoso Soares da Silva.

Camila Alves, uma das pessoas resgatadas, falou sobre o acidente nas redes sociais.

“Não tinha ninguém alcoolizado ou drogado no barco, não. Foi um acidente. Uma hora a verdade aparece”, disse nos stories do Instagram.
Com um curativo na testa, ela afirmou que todos ficaram muito machucados. A jovem também revelou que as meninas que ainda estão desaparecidas não sabem nadar e não estavam usando colete salva-vidas.

Em nota, a Marinha afirmou que um inquérito administrativo foi instaurado a fim de investigar as possíveis causas e responsabilidades pelo acidente. “Cabe ressaltar que não houve registro de poluição hídrica resultante do afundamento da embarcação”, adicionaram.

“Garganta do Diabo”

A embarcação afundou na região da Garganta do Diabo, entre a Ilha Porchat e o Parque Estadual Xixová-Japuí, em um estreitamento que desemboca na Baía de São Vicente (veja mapa abaixo).

Por ser uma região de “estrangulamento” do mar — um canal estreito –, o local é marcado por correntes marítimas fortes, ondas intensas e formação rochosa irregular, fatores que aumentam o risco de afogamentos e acidentes, como o naufrágio de embarcações. Em 2017, por exemplo, uma jovem de 18 anos e o piloto de uma moto aquática foram resgatados por um policial militar depois de ficarem à deriva na região.

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Carta náutica da Marinha

Marinha do Brasil

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Mapa da Garganta do Diabo

Google Maps/Arte Metrópoles

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Embarcação com 7 pessoas naufraga na Garganta do Diabo, litoral de SP

Reprodução/ Instagram

Lá, há bancos de areia que se movimentam ao longo do tempo, o que pode alterar a profundidade do fundo marinho e criar áreas instáveis. Como consequência, pode haver alteração do regime de ondas e a maneira que elas se comportam quando se aproximam da Baía de São Vicente, podendo ficar mais altas.

É isso, inclusive, que atrai muitos surfistas para a região, que precisam se manter atentos em relação a previsões da maré e de ondas para evitar acidentes.

Lendas urbanas foram as principais responsáveis para atribuir o nome que o canal ganhou, incluindo a de que o local “engolia” barcos que passavam por lá, como uma garganta. Além disso, há uma crença popular de que a Garganta serviu de passagem para as caravelas de Martim Afonso na fundação da Vila de São Vicente, mas não há fundamentos suficientes para embasar a hipótese.

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