domingo, outubro 6, 2024
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PCC: liderança foi ao RJ aprender como implementar milícia no Guarujá

São Paulo — O líder de uma quadrilha ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) foi, em 2022, ao Rio de Janeiro para aprender como implementar uma milícia em bairros do Guarujá, no litoral sul de São Paulo.

O homem foi identificado após uma investigação realizada pelas polícias Civil, Militar e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime (Gaeco), nessa terça-feira (1°/10) para desarticular a quadrilha que ordenava o assassinato de policiais da ativa e da reserva no município.

O bando tentava instalar uma milícia na região para oferecer “segurança” aos comerciantes mediante pagamentos mensais. Os criminosos forçavam, muitas vezes por meio de ameaças e ataques a lojas e comércios, os empresários a desistirem de contratar seguranças particulares, geralmente policiais aposentados, para obter o serviço da organização criminosa.

Depois da ida da liderança ao Rio de Janeiro, o bando passou a atuar com vigilantes contratados com o objetivo de conseguir o monopólio da segurança de comércios de Guarujá. Além disso, desencadeou uma onda de homicídios contra policiais e agentes de segurança que já trabalhavam nesses locais como seguranças particulares. Para isso, o grupo organizou roubos e ataques contra estabelecimentos para ameaçar os comerciantes.

O grupo teria envolvimento em pelo menos quatro mortes de agentes em 2023. A Justiça autorizou o cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão em cidades da Baixada Santista — Guarujá, Cubatão, Praia Grande, Santos e São Vicente — e na capital paulista.

Acordo do PCC com políticos

Há suspeitas de que houve um “acordo” entre políticos e a liderança criminosa para conter a violência na região na época. O fato corroborou o envolvimento do bando em licitações fraudulentas na Câmara de Vereadores e na Prefeitura do município.

O avanço das investigações mostrou que o criminoso, proprietário de uma empresa de limpeza, venceu uma licitação com indícios de fraude da prefeitura de Guarujá para prestação de serviços em órgãos públicos. Em dois anos, o contrato gerou R$ 26,9 milhões à organização criminosa. Em março deste ano, o líder da milícia foi morto num ataque a tiros no município.

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