sábado, outubro 5, 2024
Noticias

Nobel de Literatura faz editoras se apressarem a publicar autores favoritos

Com o anúncio do Nobel de Literatura na esquina —será na manhã da próxima quinta, dia 10— editoras se apressam para ter no seu catálogo os autores mais citados como favoritos, antecipando os anseios de leitores que vão buscar o contato com as obras antes que seus direitos autorais encareçam.

Não é coincidência que a Todavia lance neste mês o primeiro livro do australiano Gerald Murnane no Brasil, o meditativo “As Planícies”, para o caso de se tornar o primeiro escritor da Oceania a levar o Nobel.

É agora também que a Mundaréu publica seu segundo volume do romeno Mircea Cartarescu, seu maior nobelizável —e não é qualquer livro, mas o ambicioso “Solenoide”, obra caudalosa que compensará o esforço caso ele traga o prêmio ao leste europeu.

E a Fósforo tem a todo vapor a tradução da chinesa Can Xue, outra favorita fora do mercado brasileiro, sempre citada como possível “agora vai”. Verena Veludo está traduzindo a ficção científica que deve ser batizada de “Histórias de Amor no Novo Milênio”.

É a mesma editora que investiu corretamente nos últimos dois vencedores, Jon Fosse e Annie Ernaux, e editou no começo deste ano o argentino César Aira, único latino-americano citado como possível azarão.

Outras candidatas perenes têm ampliado suas edições nos últimos anos —a canadense Anne Carson em nada menos que quatro editoras, a russa Liudmila Ulítskaia na 34 e a caribenha Jamaica Kincaid, que esteve há pouco na Feira do Livro, na Alfaguara. Mas sabemos bem como o Nobel gosta de surpreender.

ASTRONAUTAS DE MÁRMORE Falando em prêmio, a DBA vai publicar no ano que vem uma obra que acabou de ser anunciada como finalista do Booker: “Orbital”, da britânica Samantha Harvey, uma escritora ainda inédita por aqui. O romance acompanha uma trupe de astronautas que mora numa estação espacial e vê, paradoxalmente, seu sentimento de conexão com o planeta aumentar com a longa distância.

IRMÃOS DE ARMAS Uma das mais finas escritoras e editoras do país, a paulista Beatriz Bracher está voltando ao romance com um mergulho histórico intitulado “Guerra 1: Ofensiva Paraguaia e Reação Aliada – Novembro de 1864 a Março de 1866”. Fruto de uma pesquisa minuciosa, o livro começa uma trilogia sobre a memória nacional e se compõe apenas de relatos de pessoas que viveram a Guerra do Paraguai. O livro vai sair pela editora 34 ainda este mês.

TOM SOBRE TOM A Planeta comprou outra trilogia de um raro filósofo best-seller, o coreano Byung-Chul Han. “A Tonalidade do Pensamento”, livro que abre a série no primeiro semestre de 2025, se decanta de conferências que o autor fez nas cidades portuguesas de Lisboa e Porto e em Leipzig, na Alemanha, país onde o autor de “Sociedade do Cansaço” é radicado. A obra tem três textos: o primeiro é sobre o amor em tempos de parco contato físico; outro, sobre a transcendência da esperança; e o último aproxima a música de variações de seus conceitos filosóficos.

SANGUE LATINO Na onda das publicações sobre João do Rio com gancho na Flip, a editora independente Papéis Selvagens reuniu uma coletânea inédita de dez textos do cronista brasileiro sobre uma viagem a Buenos Aires, frutos do encantamento do autor pelo país vizinho. A organização e prefácio são da pesquisadora argentina Lucía González, que fez doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

source

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com