Último debate em Goiânia tem embate entre bolsonarista e petista
O último debate para a Prefeitura de Goiânia reuniu na noite desta quinta-feira (3) seis candidatos na TV Globo, com Adriana Accorsi (PT) e Fred Rodrigues (PL) travando os principais confrontos.
Em linhas gerais, o evento mostrou um grupo de concorrentes dispostos a fugir de conflitos e outro inclinado a partir para o ataque.
A disputa na capital de Goiás tem sido palco de um cabo de força entre padrinhos políticos da direita: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apoia Fred. O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) tem como pupilo Sandro Mabel (União Brasil).
Mabel e Fred usam exaustivamente seus respectivos apoios na campanha e, nas propagandas de TV e nas redes sociais, promovem um duelo à parte com ataques mútuos. A quantidade de candidatos e o engessamento de regras não permitiram que esse confronto se repetisse nesta quinta.
O tucano Matheus Ribeiro, por ora fora do rol de favoritos nas pesquisas, foi o principal franco-atirador, colocando na mira vários dos concorrentes.
Pesquisa Quaest divulgada no dia 17 de setembro mostrou Mabel e Accorsi empatados tecnicamente em primeiro lugar, com 24% e 22% das intenções de voto, respectivamente.
Em seguida vinham o senador Vanderlan Cardoso (PSD), com 15%, Fred, com 9%, Matheus, com 8%, e o atual prefeito da Cidade, Rogério Cruz (Solidariedade), com 4% —ele enfrenta grande rejeição na cidade, entre outros motivos, por crises na coleta de lixo e na área de saúde.
No debate, o tucano Matheus Ribeiro começou o programa disparando para todos os lados, postura que adotou em toda a noite.
Ele disse que, se o PT assumir novamente a prefeitura, será “uma tragédia”, que se Mabel ganhar vai fazer o que sempre fez, “negócio”, que o atual prefeito deixou as coisas pela metade e que Fred não prestou contas e não pode ser levado a sério —o nome do PL teve o mandato de deputado estadual cassado por irregularidade na documentação de campanha anterior.
Em discussão sobre meio ambiente, ele classificou Fred como um “cristal de ignorância, um negacionismo na sua forma mais bruta” após o candidato do PL defender soluções locais e criticar diretrizes do Acordo de Paris, “de gente que nunca pisou em Goiânia”.
Fred direcionou seus principais ataques à candidata do PT, para quem fez praticamente todas as perguntas, afirmando que há vereador na chapa dela favorável à liberação geral das drogas e, principalmente, vinculando-a a supostas falhas das gestões do PT na esfera federal.
A candidata acusou o oponente de desinformação e má-fé. Em determinado momento, questionou os meios pelos quais o candidato do PL se sustenta. “O senhor em que trabalha? Em que o senhor é formado? Qual a experiência do senhor com trabalho de cidadão, de ser humano, como o senhor vive, como paga suas contas?”, questionou a petista.
Fred disse que começou a trabalhar desde cedo na empresa dos pais, de venda de telecartões.
No balanço final das cerca de duas horas de debate, Matheus e Fred adotaram uma linha de maior ataque que seus adversários. Mabel, Vanderlan e Rogério buscaram escapar de conflitos e trocaram perguntas mais amenas entre si.
Entre os temas debatidos entre os candidatos, foram abordados alguns dos principais problemas da cidade, como lixo, saúde, trânsito e transporte público.