domingo, outubro 6, 2024
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Datafolha: Bolsonarismo dá impulso final a Marçal e ameaça Nunes

Uma migração de eleitores bolsonaristas deu impulso final à candidatura de Pablo Marçal (PRTB) e se tornou uma ameaça séria para Ricardo Nunes (MDB). A capacidade do influenciador de renovar os apelos aos simpatizantes do ex-presidente será decisiva na disputa por uma vaga no segundo turno.

A batalha por esses votos teve uma mudança significativa, segundo a nova pesquisa do Datafolha. Há uma semana, Marçal e Nunes dividiam praticamente ao meio o eleitorado de Jair Bolsonaro: 43% declaravam voto no influenciador, e 39% no prefeito. Agora, Marçal abriu vantagem, com o apoio de 51%, contra 32% de Nunes.

A pesquisa detectou focos de adesão a Marçal entre os eleitores mais jovens (21% para 29%) e com curso superior (20% para 25%). Houve ainda uma variação positiva nos segmentos de renda média e entre os homens. São grupos em que o influenciador já havia demonstrado força antes.

Os números submetem Nunes a um teste decisivo. O prefeito acreditava ter conseguido estancar a sangria de eleitores bolsonaristas com a propaganda na TV e o apoio do governador Tarcísio de Freitas. Agora, o horário eleitoral chega ao fim, e políticos bolsonaristas influentes entram em campanha aberta por Marçal.

A esta altura, Nunes parece depender mais da força da máquina da prefeitura, de um exército de candidatos a vereador dispostos a trabalhar por ele no domingo (6) e, no campo ideológico, de um voto mais concentrado na centro-direita do que no bolsonarismo raiz.

As investidas de Marçal, por outro lado, ampliaram sua principal vulnerabilidade. O índice de rejeição subiu de 48% para 53%, com um salto espantoso entre eleitores de Nunes (48% para 62%). Esse número poderia fazer com que alguns eleitores buscassem um candidato mais competitivo para um eventual segundo turno. O voto em Marçal, no entanto, parece ser movido por um entusiasmo por seu estilo, não por cálculo estratégico.

O retorno ao empate triplo mantém a corrida aberta para qualquer combinação dos candidatos do primeiro pelotão no segundo turno. A gangorra Nunes-Marçal (um tira votos do outro) amplia as dificuldades para que os dois passem juntos à próxima fase. Ainda assim, Guilherme Boulos (PSOL) não pode respirar aliviado.

A campanha pelo voto útil é um sinal claro de que o deputado não considera garantida essa vaga, principalmente com a chegada de Tabata Amaral (PSB) ao território dos dois dígitos e a máquina de Nunes em movimento. A convicção dos eleitores de Tabata (40% de seus eleitores dizem que ainda podem mudar de voto) e qualquer empurrão de Lula serão pontos-chave dos dias finais da disputa nesse campo.


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