domingo, outubro 6, 2024
Noticias

O povo de Israel está vivo

Os judeus estão aflitos em todo o mundo. Não que isso seja novidade. Mas, desta vez, parece diferente. Em pleno século 21, o antissemitismo voltou como virtude em muitos círculos, da extrema direita à extrema esquerda.

Os judeus estão aflitos e estão chocados. Depois do pior ataque contra este povo desde o Holocausto, com crueldade e perversidade máximas temperando o ato genocida cometido pelo Hamas um ano atrás, esperávamos que o mundo finalmente entendesse contra o que Israel luta há décadas. Mas muitos dobraram a aposta. O antissemitismo explodiu no mundo. E a campanha de vilificação de Israel, o Estado judeu, entrou em modo turbo. O líder do Hamas Yahya Sinwar, que comandou os estupros em massa de mulheres e assassinatos bárbaros de crianças e idosos, chegou até a ser retratado como Gustave Flaubert, o grande escritor francês.

Estamos aflitos, estamos chocados, mas estamos firmes, vendo também os muitos e valorosos amigos que se solidarizam e apoiam a necessidade urgente de combater o Hamas e o Hezbollah, grupos terroristas fundamentalistas patrocinados e comandados pelo Irã com o objetivo manifesto de eliminar Israel e matar judeus. Sim, eles falam isso abertamente, sem vergonha ou constrangimento. Como abertamente também reprimem seus povos, matam seus opositores, oprimem as mulheres e as comunidades LGBTQIA+.

A incompreensão do que é Israel e de quem são seus inimigos impulsiona essa visão compartilhada em alguns círculos de que o Estado judeu é o vilão e o agressor, embora esteja simplesmente se defendendo em uma guerra iniciada barbaramente pelos seus implacáveis inimigos. Todas as mortes são lamentáveis e devem ser evitadas. Mas quem começou essa guerra, é fundamental entender, não foi Israel. A guerra foi imposta a Israel.

Você sabia que havia um cessar-fogo em Gaza antes do “pogrom” de 7 de outubro perpetrado pelo Hamas? E que há uma resolução da ONU de 2006 que impede o Hezbollah de manter tropas no sul do Líbano e atacar Israel, desrespeitada pelo grupo há anos? E nem precisa penetrar na complexidade geopolítica longínqua do Oriente Médio para entender contra quem Israel está lutando.

Você sabia que o Hezbollah planejava matar brasileiros neste ano? No mês passado, Lucas Passos Lima foi condenado pela Justiça brasileira a 16 anos de prisão por integrar o Hezbollah e realizar preparativos para cometer atos de terrorismo contra a comunidade judaica brasileira. O Hezbollah também é responsabilizado pela Justiça argentina e pelos EUA de ser o executor, a mando do Irã, do maior atentado terrorista na nossa região, contra a Amia, a sede das organizações judaicas em Buenos Aires, que matou 85 pessoas em 1994. O grupo terrorista libanês é ainda responsável por inúmeras atrocidades cometidas na guerra civil síria (sempre a mando do Irã) e de inúmeros atentados no próprio Líbano contra seus mais vocais opositores.

Além de Hamas e Hezbollah, o círculo de fogo que a teocracia iraniana criou ao redor de Israel inclui os houthis no Iêmen e milícias no Iraque e na Síria, todas compartilhando o ódio aos judeus e aos valores humanistas de justiça e igualdade. É contra esse bloco do ódio e da opressão, que venera a morte, que Israel está lutando.

Esse contexto raramente é explicado na cobertura dos trágicos conflitos no Oriente Médio, que invariavelmente retrata Israel como agressor violento mesmo tendo sido agredido brutalmente e, desde então, ter se defendido e protegido sua população contra novos massacres.

Para nós, judeus brasileiros, é especialmente penosa a aproximação entre o nosso governo e o regime teocrático iraniano, um regime que nada tem em comum com a pauta humanista que o Brasil diz defender e promover no mundo.

Uma das frases que define os judeus ao longo de nossa longa, tortuosa e iluminada história é “O povo de Israel está vivo”. Ela vem sendo repetida intensamente desde o ataque bárbaro e desumano de 7 de outubro. Um ano depois daquele dia da maldade, e com um Ano-Novo judaico se iniciando, essa é a nossa mensagem. O povo de Israel está vivo. E luta pela paz.

TENDÊNCIAS / DEBATES

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

source

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com