segunda-feira, outubro 7, 2024
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Alcântara (MA), cidade com maior proporção de quilombolas, elege representante do grupo

Alcântara (MA), município com a maior proporção de quilombolas no país, ou 84,6% dos habitantes, elegeu o quilombola Nivaldo Araújo para prefeito com 54,41% dos votos neste domingo (6).

Araújo disputava o cargo contra cinco candidatos –um deles, o também quilombola Haroldo Jr. (Solidariedade).

A cidade tem 15.616 pessoas quilombolas, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o terceiro maior número absoluto desta população no país, atrás de Senhor do Bonfim e Salvador, ambos na Bahia.

Senhor do Bonfim, município de 74 mil habitantes a 380 km de Salvador, tem o maior número absoluto desta população no país, com 15.999 quilombolas, mas teve apenas um candidato à prefeitura do grupo neste ano. O comerciante Rigoberto Batista da Silva (PRTB), porém, saiu derrotado com 0,53% dos votos no pleito que elegeu Laércio Junior (União).

Reportagem da Folha mostrou que, apesar de Senhor do Bonfim ter 1 a cada 5 moradores quilombolas, a cidade nunca teve um prefeito ou vice vindo de comunidades tradicionais. Na última eleição, também não elegeu nenhum representante do grupo entre os 15 vereadores da Câmara.

Cavalcante (GO), cidade com a segunda maior população proporcional de quilombolas, também elegeu um quilombola à chefia do executivo municipal. Vilmar Kalunga (PSB), que havia sido o único quilombola eleito a prefeito no país em 2020, foi reeleito.

No total, o Brasil contabilizou 3.590 candidatos quilombolas nas eleições municipais deste ano. O número representa 1,3% do total de candidaturas no país.

Minas Gerais teve o maior número de quilombolas na disputa a cargos municipais neste ano, com 535 — entre prefeitos, vices e vereadores. É seguido por Bahia, 473, e Maranhão, com 360. Os dados são do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

As comunidades quilombolas são grupos étnicos de maioria negra e rural remanescentes dos antigos quilombos (comunidades de resistência à escravização). Os quilombolas foram contados pelo IBGE pela primeira vez em 2022. Hoje, são 1,3 milhões de pessoas, ou 0,65% do total de habitantes no país.

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