terça-feira, outubro 8, 2024
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Câmara de São Paulo terá mais mulheres e negros em 2025

A Câmara Municipal de São Paulo, a maior do país, será mais diversa e contará com mais mulheres e negros na legislatura que começa em 2025, se comparada com a que iniciou em 2021. Ainda terá, porém, esses dois grupos sub-representados.

As vereadoras passaram de 13 para 20 cadeiras (36%), mais do que triplicando sua representação na Casa em relação a 12 anos atrás, mas ainda longe da sua proporção na cidade, de 53%. Pretos e pardos cresceram de 22% para 29%, também abaixo dos 44% da população do município.

Elas representaram 34% dos candidatos nestas eleições, diante de uma cota mínima de 30% estabelecida para cada partido. Pesquisa Datafolha de julho mostrou que a maioria dos eleitores da capital paulista acha que faltam mulheres e negros na Câmara.

Seis dos dez eleitos mais votados neste ano são mulheres.

Entre elas está a estreante Ana Carolina Oliveira (Podemos), mãe de Isabella Nardoni, que angariou 129.563 votos, atrás apenas de Lucas Pavanato (PL). Com 1,7 milhão de seguidores nas redes sociais, ela tem entre suas pautas proteção a crianças, mulheres e outros grupos vulneráveis.

No top 10 figura também Amanda Paschoal (PSOL), que somou 108.654 votos, ficando em quinto lugar. Apoiada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL), ela é travesti e se identifica como ativista LGBTQIA+, ambientalista e educadora popular.

A bancada do PSOL segue sendo a que reúne mais mulheres, com quatro eleitas, mas agora empatada com o PL. Em 2020, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro não havia elegido nenhuma vereadora para a Câmara Municipal de São Paulo.

Já o MDB, partido do prefeito Ricardo Nunes, e o União Brasil, de Milton Leite —atual presidente da Casa—, conseguiram emplacar duas vereadoras, o que não ocorreu na eleição anterior, quando só candidatos homens desses partidos tiveram êxito.

A Câmara Municipal paulistana também será menos branca. A próxima legislatura terá 69% ou 38 cadeiras ocupadas por pessoas que declaram ter essa cor, contra 75% ou 42 cadeiras nas últimas eleições.

A porcentagem de pretos e pardos vem subindo pelo menos desde 2016. Se naquele ano ela era de 19% ou 10 vereadores, agora passou para 29% ou 16 legisladores.

Ainda é, porém, um grupo sub-representado, já que sua parcela na população é de 44% segundo o IBGE (Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística). O número de eleitos também terminou abaixo da proporção de candidatos negros, que era de 42% em relação ao total.

Os autodeclarados pardos foram os que puxaram a quantidade para cima neste ano, saltando de quatro cadeiras para dez, em comparação ao último pleito. Está entre eles, por exemplo, Silvinho (União Brasil), um dos apadrinhados pelo atual presidente da Câmara, Milton Leite.

Os pretos, por sua vez, encolheram de sete para seis vagas. Estão nessa lista as ativistas do PSOL Keit Lima e Luana Alves, que se reelegeu, e outros dois apadrinhados pelo manda-chuva do União Brasil: Silvinho Leite e a pastora Sandra Alves, que teve a campanha mais cara destas eleições.

São Paulo não elegeu nenhum candidato autodeclarado indígena. Na última legislatura, a Casa tinha apenas Juliana Cardoso (PT), que saiu em 2022 para se tornar deputada federal. Já a proporção de vereadores que se autodeclaram amarelos manteve-se igual, com 2%.

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