terça-feira, outubro 8, 2024
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E se você elegesse o próprio time?

Tivemos mais uma vez no domingo (6) a gostosa festa da democracia. Na verdade, bem pouco democrática, já que nos forçam a ficar sem futebol no dia sagrado.

E na sequência tem Data Fifa, o que significa que para os amigos corintianos a desgraça é prolongada, já que o time fica impedido de prosseguir sua luta para fugir do temido Z4. Eleição seguida por Data Fifa deveria ser vetada.

A eleição também fez este humilde escriba pensar que pouca gente elege de fato o próprio time, um grande erro. Com prefeito, vereador ou deputado, a gente erra e tem a chance de se corrigir quatro anos depois, ou não. Com o time, normalmente, erramos uma vez só e pagamos penitência o resto da vida.

Já pensou se pudesse renovar o time a cada quatro anos? “Estou cansado do Corinthians com esse grupo, vou eleger o Fortaleza para o próximo quadriênio.”

Essa coisa de “meu sangue é alviverde”, “sou tricolor desde o berço”, “escolhi o time na barriga da mamãe”, é tudo muito bonito na biografia, mas é uma grande autoenganação. Torcedores não querem admitir que foram manipulados lá no início da vida por pessoas bem mais velhas e inescrupulosas, que possuem algum cargo de parentesco.

Se, por exemplo, um pai corintiano realmente ama o seu filho pequeno nos dias de hoje, deveria indicar um caminho menos pedregoso e com maiores chances de sucesso para o rebento, como o Real Madrid ou o Bayern de Munique —ou o Arsenal, sofrimento com elegância.

Com menos futebol no domingo, este escriba viu e recomenda vivamente o filme alemão “O Melhor Torcedor do Mundo”, de Marc Rothemund, lançamento recente do streaming pela plataforma Looke.

O longa, inspirado em uma história real, mostra um casal lutando para dar uma educação convencional para o filho autista de 10 anos, Jason, que sofre bullying e tem problemas de sociabilidade —a escola sugere que ele vá para uma instituição especial.

No meio de uma pequena discussão familiar, ele percebe a importância do futebol ao ver o avô grudado em um jogo do Borussia Dortmund.

Assim, a criança decide que precisa escolher um time (o dele não veio no berço, como os colegas de sala disseram), algo que pode ajudar sua convivência na escola. Dortmund, do avô e da mãe? Ou Dusseldorf (o Fortuna) do pai?

Alguém ainda sugere que ele escolha o Bayern de Munique, pois eles ganham sempre. É mais fácil.

Nada disso. Para escolher, o jovem Jason avisa ao pai que precisa ver os 56 times das três principais divisões, e no estádio.

Obcecado por lógica e sustentabilidade, Jason escreve algumas regras que os candidatos devem preencher: os jogadores não podem usar chuteiras coloridas demais; não pode ter anúncio em todo lugar; não pode ter nazistas entre os fãs; o mascote não pode ser vergonhoso; e o time precisa ter valores de sustentabilidade ambiental. Ainda bem que não é no Brasil.

Um drama leve e familiar, o filme também é uma deliciosa visita aos belos estádios alemães, mais um 7 a 1 na conta.

Sem bi

Depois de ter mais de 40 mil votos em 2020, o diretor-vereador do Flamengo Marcos Braz não conseguiu a reeleição e ficou apenas com 8.151 votos. Ui. Derrota. Mas uma vitória para o Flamengo (e para joalherias cariocas), que terá Braz com mais tempo disponível para o clube. De acordo com o DataMacedo, cerca de 8.150 votos foram de torcedores do Flamengo —não temos certeza do time de Braz.


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