sábado, outubro 12, 2024
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Como abandonar tudo pode ser a chave da liberdade, do sucesso e da criatividade

Durante os últimos sete anos, mergulhei de cabeça no empreendedorismo. Meu negócio foi o meu foco, a razão para muitas noites em claro, decisões difíceis e momentos de profunda dedicação. No entanto, pela primeira vez, resolvi algo que nunca me permiti antes: tirei férias. Não quaisquer férias, mas a realização de um sonho antigo, conhecer Bali. Parece uma pequena vitória, mas o peso emocional de “abandonar” o próprio negócio, mesmo que por alguns dias, me surpreendeu mais do que eu esperava.

Ao embarcar nessa viagem, me vi lutando com a sensação de culpa. Como assim eu iria me ausentar? Como o negócio seguiria sem a minha presença? E se algo desse errado? São pensamentos que muitos empreendedores conhecem bem. Parece quase um sacrilégio tirar um tempo para si, longe da rotina, longe das responsabilidades que construímos com tanto esforço. Mas a verdade é que essa ausência temporária não é um abandono. Pelo contrário, é uma necessidade vital para que o negócio –e nós mesmos– possamos continuar a crescer e prosperar.

Chegando em Bali, mergulhei em uma sensação que há muito tempo não experimentava: o ócio criativo. Uma pausa verdadeira, onde o relógio não comanda e as ideias fluem sem pressão. A paisagem, o mar, as pessoas… Tudo me convidava a relaxar, a desacelerar, e finalmente, a criar sem propósito imediato. Esse é o tipo de espaço mental que nunca conseguimos alcançar no meio de prazos apertados, reuniões e listas intermináveis de tarefas. Aqui, longe de tudo, entendi o valor de parar.

“Trabalhamos para poder ter momentos de ócio”, dizia Aristóteles. Essa frase ecoou em minha mente durante a viagem. Não é uma fuga irresponsável do trabalho, mas, sim, o reconhecimento de que nossa criatividade e nossa capacidade de inovar precisam de pausas. A criatividade, que muitas vezes associamos apenas ao trabalho, brota na calmaria, na desconexão, quando permitimos que nosso cérebro se recupere. As grandes ideias não surgem no estresse do dia a dia, mas, sim, no intervalo entre uma tarefa e outra, quando permitimos que nossos pensamentos vaguem sem destino.

No fundo, entendi que meu trabalho e meu negócio não só sobreviveriam à minha ausência, como também floresceriam com o novo fôlego que eu traria ao voltar. O ócio criativo me deu a chance de reorganizar meus pensamentos, de sonhar novas possibilidades e, principalmente, de me reconectar com aquilo que me inspira. E é essa inspiração que alimenta o espírito empreendedor.

No mundo moderno, onde o trabalho parece engolir todos os aspectos da nossa vida, o ócio tem sido erroneamente visto como algo inútil ou até perigoso. É como se estivéssemos programados para acreditar que, se não estamos produzindo algo a cada segundo, estamos falhando.

Mas, de fato, o contrário é verdade. Para criar, precisamos de tempo e espaço para não fazer nada –ou ao menos, para fazer algo que não tenha uma meta imediata ou pragmática. É aí que a magia acontece, quando o cérebro se permite a liberdade de divagar, de experimentar, de errar, de sonhar.

Essa viagem a Bali foi um lembrete poderoso de que o sucesso não se mede apenas pelas horas que dedicamos ao trabalho. Ele se constrói também no tempo que tiramos para cuidar de nós mesmos, para cuidar da nossa mente e da nossa alma. O descanso, o lazer, o tempo livre –são partes essenciais do processo criativo. Sem eles, nos tornamos máquinas de produção, mas não criadores de ideias, de soluções, de inovações.

E talvez o mais importante de tudo: o ócio criativo é uma recompensa. Ele é a forma que encontramos de reconhecer o esforço e a energia depositados no nosso negócio ao longo dos anos. Ao permitir-se essa pausa, estamos dizendo a nós mesmos que merecemos esse momento, que ele é fruto de todo o nosso trabalho árduo. E essa sensação de merecimento é, por si só, um combustível poderoso para continuar a jornada.

Ao voltar de Bali, me sinto renovada, com a mente clara e com novas ideias para o futuro. Entendi que, por mais desafiador que seja, o equilíbrio entre o trabalho e o lazer é essencial. Não podemos nos sentir culpados por nos afastar do nosso negócio de vez em quando. Pelo contrário, devemos enxergar isso como uma estratégia para garantir que continuemos crescendo, tanto como empreendedores, quanto como seres humanos.

O ócio criativo não é um luxo. É uma necessidade, um espaço que todos deveríamos nos permitir viver, pelo menos de vez em quando. Ele nos ensina que o verdadeiro sucesso não está apenas no que conquistamos, mas também em como cuidamos de nós mesmos ao longo da jornada.


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